Se hoje a situação no Brasil já não é lá grande coisa, imagine há 60 anos, durante a ditadura. O Brasil atravessava um regime autoritário, sem liberdades civis, e com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ridiculamente baixo, 0,462. Era um índice tão baixo que seria comparável ao Afeganistão hoje em dia. Ou seja, o Brasil era um país miserável, sem estrutura básica e com uma população majoritariamente pobre e analfabeta.
Um Brasil mergulhado na pobreza e no atraso
De acordo com o perfil do Instagram Brasil Em Mapas, na década de 1970, cerca de 90% dos brasileiros era carente. Além disso, a taxa de pobreza nacional era absurda: 68%. No interior, a situação era ainda pior, especialmente no Nordeste e no Norte, regiões historicamente esquecidas pelo governo central.
Segundo o perfil, o acesso a educação era precário: ao menos 34% da população era analfabeta. Isso significa que um terço dos brasileiros simplesmente não sabia ler ou escrever.
A saúde era outra tragédia: a mortalidade infantil ultrapassava 120 mortes a cada mil nascidos vivos. Hoje, esse valor caiu pra 6,76 a cada mil nascidos vivos. Ou seja, nascer no Brasil na época era praticamente um jogo de azar, com enormes chances de a criança não passar do primeiro ano de vida. E, se passasse, não podia esperar viver muito: a expectativa de vida era de apenas 52 anos.
Viver sem luz, sem saneamento e sem bens básicos
O acesso a energia elétrica era muito baixo. De acordo com a pesquisa do Brasil Em Mapas, apenas 34% da população tinha luz em casa. No meio rural o número caía para apenas 8%. O país vivia na escuridão, e quando tinha energia, era racionada.
Os serviços básicos eram um luxo. Ainda de acordo com o perfil:
- Apenas 13% da população tinha rede de esgoto.
- 40% não tinha nenhum tipo de instalação sanitária.
- 47% usava fossas rudimentares ou sépticas, o que ajudava a espalhar doenças.

E quando falamos de bens de consumo, a realidade era bem diferente do que se vê em propagandas nostálgicas da época:
- Apenas 24% das casas tinham TV.
- Só 26% tinham geladeira.
- Somente 9% da população tinha carro, e ainda assim, concentrado na classe média.
O Brasil pós ditadura mudou, mas as feridas continuam
Hoje, o Brasil, apesar de todas as crises, golpes e recessões, pelo menos caminha em um regime democrático. Com falhas, é claro, e com muitas. Mas nada se compara ao que era viver sem direitos, sem recursos e sem perspectiva. Ainda há quem tente pintar aqueles tempos como um “período de ordem e progresso”, mas os números não mentem: era um país miserável e atrasado, com uma ditadura que calava a boca de quem ousasse dizer o contrário.
A pergunta que fica é: quantas décadas ainda serão necessárias para curarmos as feridas desse período?