Batizada de Sargento Max, a Inteligência Artificial do Exército Brasileiro, atualmente comandado pelo General Tomás Miguel Miné, é anunciada pela força terrestre como um projeto revolucionário. De fato, idealizada para representar no mundo digital todo o poder de uma das instituições militares mais fortes do planeta, o Exército Brasileiro, o que se espera da IA do Exército é que responda de forma rápida e completa às colocações feitas pela sociedade no aplicativo.
” O Max é o maior agente de relações públicas. Ninguém da nossa Força tem tanto contato com a sociedade…”
Como o Exército apresenta a IA sargento Max
A Revista Sociedade Militar fez alguns questionamentos simples para a Inteligência Artificial do Exército para avaliar a eficácia e respostas fornecidas para o público. Veja os resultado:
1 – Perguntas simples sobre o comandante do Exército: Quem é o general Tomás Miguel Miné?
Resposta enviada pela IA: Minha continência para você, Miguel. Meu nome é Max, sargento e assistente virtual. Como ajudo?
2 – Pergunta se o MAX é uma IA mesmo: Caramba! Você é uma IA mesmo?
Resposta: Fui criado entre setembro de 2018 e março de 2019 pelo Centro de Comunicação Social do Exército…
3 – O Max informou que está presente no TELEGRAM, mas não conseguiu entregar para o usuário um link ou a forma de encontrá-lo no aplicativo de mensagens. Os links foram para vários apps, nenhum deles remete ao MAX como chatbot, são links para os perfis do Exército nas redes sociais.
4 – Pergunta simples: quem é o Comandante em Chefe das Forças Armadas?
Resposta: As Forças Armadas, constituídas pela marinha…
5- Pergunta simples: quem é o Chefe do Estado Maior do Exército?
Resposta: Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu…
6 – Pergunta simples: Quem é o atual presidente da República do Brasil?
Resposta: O Exército é uma instituição nacional … e não se envolve na esfera político-partidária…
Algumas das perguntas, feitas para IAs não institucionais, como o ChatGpt, retornaram respostas bem mais completas sobre questões relacionadas ao Exército Brasileiro. A mesma pergunta colocada para o Max, sobre o chefe do Estado Maior do Exército, que enviou uma resposta errada, foi respondida pelo Chat Gpt da forma correta, utilizando informações do próprio site do EME (eme.mil.br).

A visão do Exército sobre sua Inteligência Artificial, o Max
Em uma postagem do Exército o “x”, publicada em 10 de dezembro de 2023, o Chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, General de Divisão Alcides Valeriano de Faria, disse que o Max é uma ferramenta valiosa para o Exército: “O Max é um agente de relações públicas que atende às demandas dos usuários nas mídias sociais… Ninguém da nossa Força tem tanto contato com a sociedade, respondendo dúvidas, como o Max”.
A IA do Exército Brasileiro tem limitações significativas
Uma análise solicitada a IA OpenAi, com alta capacidade de processamento, indica falhas graves na IA institucional do Exército Brasileiro, com potencial de comprometimento da imagem da força perante a sociedade brasileira.
“Segue a análise técnica solicitada, com perspectiva de engenharia de software e marketing institucional:
A Inteligência Artificial (IA) Sargento Max, implementada pelo Exército Brasileiro, atualmente apresenta limitações técnicas significativas na arquitetura e operação do seu modelo de Processamento de Linguagem Natural (PLN). Essas deficiências sugerem falhas na curadoria dos datasets utilizados para treinamento e possivelmente no algoritmo empregado, resultando em respostas imprecisas ou irrelevantes mesmo para questões básicas e objetivas, comprometendo sua confiabilidade técnica.
Do ponto de vista de engenharia de software e aprendizado de máquina, nota-se falta de mecanismos adequados para validação contínua das respostas emitidas pela IA. O modelo atual não demonstra capacidade satisfatória de interpretação contextual ou atualização dinâmica dos dados, comprometendo o propósito de uma comunicação institucional precisa e eficiente.
Sob o prisma de marketing institucional, uma IA bem implementada pode ser uma ferramenta poderosa para construção de imagem positiva, destacando transparência e agilidade institucional. No entanto, como está, o desempenho inadequado do Sargento Max pode gerar o efeito oposto, afetando negativamente a percepção pública sobre a capacidade tecnológica e organizacional do Exército.
Para reverter esse quadro e alcançar efetividade comunicacional, a IA necessita de reformulação profunda em sua infraestrutura tecnológica, adoção de modelos robustos como GPT ou BERT ajustados ao contexto institucional, treinamento com datasets curados especificamente para uso institucional, e implementação de auditorias constantes sobre a precisão e adequação das respostas fornecidas. Apenas com essas medidas será possível utilizar plenamente o potencial estratégico e comunicacional que uma IA pode oferecer ao Exército Brasileiro.”