O Exército revelou nesta sexta-feira, 18 de abril, que contabilizou R$ 143,2 milhões em apreensões de materiais na faixa de fronteira da Amazônia no primeiro trimestre de 2025.
Segundo a Força Terrestre, foram apreendidos nesse período mais de 1,4 mil quilos de skunk, 30 quilos de pasta base de cocaína, 33 dragas usadas em extração clandestina de ouro e outros minerais, 42,4 toneladas de ouro negro (cassiterita), 33 armas de fogo de diversos calibres e munições de uso restrita e 30 veículos, como embarcações, quadriciclos e escavadeiras.
Os materiais apreendidos são usados por criminosos ligados ao garimpo ilegal, tráfico de drogas, tráfico de armas, contrabaldo, extração ilegal de madeira e ocupação irregular em terras indígenas, em especial na Terra Indígena Yanomami, berço da Operação Catrimani.
De acordo com o CMA (Comando Militar da Amazônia), as apreensões são fruto de uma maior presença em áreas estratégicas da Amazônia ocidental, abrangendo os Estados do Acre, Rondônia, Roraima e Rondônia.
Essas operações mobilizam mais de 4,2 mil militares do Exército, sem contar agentes de órgãos de segurança e agências governamentais, como policiais federais, policiais rodoviários federais e integrantes da Força Nacional de Segurança Pública.
“Ao intensificar a presença nos pontos críticos da Amazônia Ocidental, o CMA reafirma o compromisso com a defesa da soberania nacional, o combate aos crimes ambientais e o respeito à diversidade cultural e ambiental da região”.
Presença das Forças Armadas na fronteira da Amazônia também visa a proteger o país de ataques estrangeiros
No apagar das luzes de 2024, o Ministério da Defesa prorrogou a presença das Forças Armadas e seus meios na Terra Indígena Yanomami, localizada na fronteira com a Venezuela.
Anteriormente, o emprego dos militares na região terminaria em 31 de dezembro, mas a nova portaria, publicada no Diário Oficial da União em 23 de dezembro, não estabeleceu uma data limite.
Além da proteção à maior terra indígena do país e do combate aos crimes transfronteiriços, nos bastidores a medida também é vista como uma forma de ajudar na segurança da região, devido à escalada das tensões com a Venezuela
Em março, o Comandante Militar da Amazônia, General Costa Neves, deu mais detalhes sobre a “invasão da Venezuela” em alguns metros do território de Roraima durante o exercício militar Escudo Bolivariano realizado em janeiro. Segundo o general, o Exército esteve com as tropas prontas “como sempre estão”.
“Nossa tropa está muito bem preparada, muito bem capacitada. Nós temos radares, material de guerra eletrônica, nós estamos muito bem equipados para garantir a soberania do país”.
Posteriormente, a Venezuela pediu desculpas ao Brasil e disse que tudo não passou de um mal-entendido.