
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou nesta segunda-feira, 5 de maio, a redução de 20% no número de oficiais-generais de quatro estrelas nas Forças Armadas, como parte de um amplo plano de reestruturação do alto escalão do Pentágono.
A medida foi comunicada por meio de memorando oficial e atinge também 20% dos generais da Guarda Nacional e 10% dos oficiais de alta patente das demais forças. Segundo o documento, a ação busca racionalizar a estrutura de comando e reduzir posições consideradas excessivas.
Reestruturação atinge lideranças-chave e será feita em duas fases
Hegseth detalhou que os cortes ocorrerão em duas etapas: a primeira envolverá os generais de quatro estrelas e a Guarda Nacional, enquanto a segunda fase abrangerá os demais comandos superiores. A decisão faz parte de uma série de ações tomadas desde o início de sua gestão à frente do Departamento de Defesa.
De acordo com o secretário, os cortes visam aumentar a eficiência e a prontidão das Forças Armadas. “Com essas medidas, manteremos nossa posição como a força de combate mais letal do mundo, alcançando a paz por meio da força e garantindo maior eficiência, inovação e prontidão para enfrentar qualquer desafio que esteja por vir”, afirmou Hegseth no comunicado.
Lista de demitidos inclui oficiais de alta patente e mulheres em posições de liderança
O corte atinge diretamente 44 oficiais de quatro estrelas atualmente em serviço, além de dezenas de outros generais. Desde que assumiu o cargo, Hegseth já destituiu diversas figuras do alto comando, incluindo a almirante Lisa Franchetti, primeira mulher a liderar a Marinha dos EUA, e a vice-almirante Shoshana Chatfield, representante do país na OTAN.
Entre os demitidos também está o general Charles Brown, que presidia o Estado-Maior Conjunto. Muitos dos afastados pertencem a grupos minoritários ou defendiam políticas de diversidade no setor de defesa, o que tem gerado reações de opositores e organizações civis.
Secretário cancela programas e é alvo de críticas por vazamentos e postura ideológica
Hegseth tem como bandeira o combate à chamada “agenda woke” no Pentágono. Recentemente, anunciou o fim de um programa de incentivo à participação de mulheres na área de segurança nacional, destacando que o fez “orgulhosamente”.
O secretário enfrenta críticas também por vazar acidentalmente planos militares de ataques ao Iêmen por meio do aplicativo Signal. Em dois episódios distintos, ele compartilhou dados sensíveis com pessoas de fora do governo, incluindo familiares e até um jornalista.
A informação foi divulgada por “Estadão” e complementada com dados públicos disponíveis em agências de imprensa internacionais, incluindo NY Times e AFP.