Ex-Terrorista confessa que embaixador americano seria executado friamente.
Ele foi um membro da linha de frente das ações mais significativas da guerrilha armada no Brasil. Foi preso, torturado, banido do país. Cid Benjamim admite, 44 anos depois, que a morte do ex-embaixador americano Charles Burk Elbrick havia sido decidida dentro do planejamento do seqüestro, ocorrido em setembro de 1969. Ele não deixa dúvidas que a decisão era para valer. C.Benjamim lança livro nessa terça sobre sua atuação na militância de esquerda.
Por que o senhor conclui afirmando que a guerrilha foi um erro?
Cid Benjamim – Não digo que a guerrilha não tenha sido ilegítima porque pegar em armas contra um regime de opressão é inteiramente legítimo. O problema é que naquelas condições, num país como o Brasil, a guerrilha não tinha condições de crescer e criar um fato. Ela estava fadada ao esmagamento e ao isolamento. E foi o que aconteceu. Mas eu separo essa questão da legitimidade da luta armada, que afirmo e defendo, da decisão política de recorrer a ela. Politicamente foi uma decisão incorreta. Nossa derrota não se deu por problemas ocasionais. Naquelas circunstâncias não tinha condições de crescer e derrubar a ditadura.{jcomments on}
O ex-terrorista diz que se os militares “torturadores” tivessem sido punidos não haveria no Brasil casos como o do pedreiro Amarildo. Em seu livro, em relação a tortura, encontra-se a passagem: “Enquanto torturadores não forem punidos, haverá quem a pratique. Por isso, é importante que os executores diretos e, ainda com mais razão, os mandantes sejam levados ao banco dos réus”.
Em contraposição poderíamos dizer: Enquanto os terroristas não forem punidos haverá sempre o risco de que existam ações do tipo em nosso país.
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