“Por que vocês permanecem PASSIVOS?” Militares são confrontados cada vez mais pela sociedade, que já se sente encurralada.
No Rio de Janeiro em uma palestra proferida em famoso clube de oficiais uma mulher se levanta no auditório e pergunta: _General, o que falta para as Forças Armadas tomarem uma providência, já chegamos ao caos”. Esse tipo de situação tem sido cada vez mais comum e de alguns anos para cá quando um militar vai proferir uma palestra já tem quase certeza que uma pergunta desse tipo será lançada em sua direção.
Grupos intervencionistas são contados às centenas nas redes sociais. Mas, suas manifestações não são apenas na internet. Há vários grupos que de fato se reúnem fisicamente e implementam manifestações presenciais, fazendo o possível para que as forças armadas percebam que uma parcela já significativa da sociedade os enxerga como única salvação para o país.
Um grupo de intervencionistas chegou a invadir o congresso nacional cobrando a presença de um general para que a ele fossem apresentadas algumas demandas. Alguns deputados na época comentaram que as solicitações eram racionais. Mas, a invasão e o pedido de intervenção foi amplamente criticado pela imprensa.
A Revista Sociedade Militar chegou a conversar com membros desses grupos por seguidas vezes. Eles se consideram democratas, mas acreditam que o país não vive uma verdadeira democracia e que o brasileiro hoje é subjugado por instituições corrompidas. Pelo seu prisma os militares restaurariam a democracia no país e em pouco tempo entregariam à sociedade instituições “higienizadas”.
Nas redes sociais do Exército Brasileiro a freqüência de pedidos de intervenção, providências, soco na mesa, reset no Brasil etc., é cada vez mais freqüente, o que mostra que a sociedade está no limite da paciência.
Alguns atribuem à esperança de uma solução advinda das Forças Armadas o fato das redes sociais das instituições militares terem “inchado” em tão pouco tempo. No Facebook o Exército Brasileiro possui hoje mais de 3 milhões de seguidores. Marinha e Força Aérea possuem também número expressivo nessas redes. (Marinha 1.7 milhão e FAB 1.4 milhão de seguidores).
Tudo indica que a motivação para não dar “carta branca” para os militares agirem na chamada “intervenção” realizada no RJ se deve menos a questões relacionadas a direitos humanos e muito mais ao fato de que se tiverem realmente liberdade para agir enfrentando os marginais como inimigos de estado o problema da violência no RIO será resolvido muito rapidamente, o que aumentará mais ainda seu status diante da sociedade, que em grande parte já os enxerga como possíveis salvadores da pátria.
Uma postagem realizada nesse domingo (25/02/2018) pelo setor se Comunicação Social do Exército, mencionando o adestramento realizado por militares do quadro técnico recebeu nos comentários centenas de pedidos de intervenção militar. Dos 10 primeiros comentários todos foram nesse sentido.
Os confrontos ocorridos nos últimos dias no SUL, inclusive hoje – 26 de março – em Curitiba, quando manifestantes anti-Lula foram dispersados com bombas de efeito moral, são uma importante amostra de que se a situação se prolongar a sociedade tende cada vez mais a tentar solucionar o problema por meios mais radicais. Em várias cidades a sociedade não admitiu a entrada do ex-presidente LULA para seus comícios antecipados, que contam com a ajuda de dois ou três ônibus de manifestantes, chamados de trabalhadores, mas que estranhamente passam bastante tempo perambulando pelo país apoiando o ex-presidente LULA em evidente campanha política antecipada.
Abaixo vemos um general falando em “cólera das multidões”. A chamada massa crítica já existe, a sociedade vem acumulando perdas e desilusões políticas ha anos. Há manifestações marcadas para o fim de março em alguns grandes centros. Como a insatisfação e os ânimos estão em ebulição, se em algum momento uma multidão se encontrar com outra de visão política oposta, dado o nível de tensão, não haverá forças de segurança com capacidade de impedir que ocorra uma tragédia, daí por diante os conflitos podem se espalhar pelo resto do país e as consequências serão irreversíveis.
Assumir o controle do país
É já de conhecimento da sociedade que as Forças Armada não têm qualquer pretensão de assumir o controle do país. Todavia, o próprio comandante do Exército já deixou claro que se realmente for necessário será feito.
Villas Bôas disse: “... poderá se transformar numa crise social muito séria, com efeitos negativos sobre a estabilidade. E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos, porque passa a nos dizer respeito diretamente“.
Militares na ATIVA não podem se manifestar, mas advertências não param de chegar por parte de oficiais e graduados que acabaram de ser desligados para a reserva remunerada. Para esses homens – questionados diuturnamente por conhecidos e desconhecidos – a linha que separa a normalidade de uma guerra intestina está cada vez mais tênue.
Cólera das Multidões
O General Paulo Chagas – conhecido por seus comentários sempre lúcidos – disse nesse domingo, 25 de março, em mensagem redistribuída por vários militares:
“Cumpro o dever cívico e cristão de alertar os Ministros do STF para o risco de abusar da passividade do povo e do silêncio do lobo, porque, quando o futuro e a segurança da Nação estão em jogo, tanto um quanto ambos podem, num repente, dar lugar à cólera das multidões”.
A Ira das legiões
Logo após a decisão mais recente do STF em favor de LULA os jornais noticiaram que o General de Exército Hamilton Mourão comentou sobre a decisão. Mourão usou palavras que deveriam ser observadas com atenção. Mas, ao que parece a imprensa e cúpula dos poderes se mantém míopes em relação às advertências que exigem respostas rápidas, como moralização das instituições.
Hamilton Mourão disse: “Ao ver o STF, corte maior de nosso Brasil, sinto-me envergonhado pela falta de espírito público, pela covardia moral, pela linguagem empolada – destinada a enganar o homem comum -, pelas falsidades e, principalmente, por observar que uns merecem mais que outros ante os olhos daquele colegiado. Fica claro que os que possuem ‘pertences’ jamais cumprirão a pena que merecem por haver surrupiado o bem público. Fica o alerta de Soldado, cuidado com a cólera das legiões!!!!”.
Palhaços… Mentira e Covardia
Outro oficial general, Marco Felício comparou os Ministros do Supremo Tribunal Federal a palhaços, expostos ao ridículo se digladiando e defendendo seus superegos. São homens e mulheres que vivem em redomas de vidro, protegidos por dezenas de seguranças e cercados de regalias, sem se preocupar com a situação drástica vivida pelo país.
“… palhaços de uma ópera bufa, batendo cabeças enquanto se digladiam, como se ensandecidos estivessem, esquecendo-se de qualquer ética, por mais rasteira que seja, defendendo interesses próprios ou de seus senhores, enojando os que desejam realmente a Justiça e não a hipocrisia, a violência verbal, a mentira e a covardia moral.”
Forças Armadas tomarão atitude explicita ou velada
Um dos comentários mais relevantes – e menos mencionados – é da lavar do general Rocha Paiva, considerado como uma das grandes mentes do Exército Brasileiro. O oficial diz que a grande mídia teme admitir que – diante da submissão do STF ao ex-presidente Lula – quase chegamos ao ponto em que as Forças Armadas se tornam a tabua de salvação para o país. O militar afirma que se as previsões mais pessimistas se concretizarem e LULA for salvo pelo STF os comandantes na ativa se verão obrigados a dar uma resposta “velada ou pública”.
“Faço a pergunta a todos e todas, inclusive ao Estadão, que parece ter medo de concluir sobre o que poderá salvar o país se o STF, em 04 de abril, insistir em sua genuflexão ao supremo mafioso lula e companhia. É a covardia do politicamente correto que domina também a mídia. Ora, é claro que as FA terão que tomar alguma atitude, velada ou publicamente, como for necessário para salvar o Brasil e as próprias instituições do controle das máfias de colarinho branco…”.
Tudo indica que as semanas que se aproximam serão decisivas para o futuro do Brasil. Lula – com a ajuda de seu exército de apadrinhados, certamente com seus “rabos presos”, corre cada vez mais rápido em direção a cadeira presidencial com o claro objetivo de livrar a si mesmo e a sua quadrilha da cadeia. Se o ex-presidente vencer nomeará ministros de estado, chefes de polícia, ministros do STF e STJ e… os novos comandantes militares.
Estejamos certos de que se ocupar novamente o Palácio do Planalto Lula não cometerá os mesmos erros. Ele não permitirá que o que resta da justiça novamente o enquadre. É um momento decisivo, está mais que óbvio que nossa democracia está em risco novamente e por isso há uma espécie de suspense no ar, quase uma agonia.
Nunca vivemos um período tão semelhante àquele que antecedeu a revolução de 1964. Quais serão os próximos movimentos? A instituição maior da justiça brasileira vai se curvar definitivamente a Luis Inácio? A sociedade permanecerá passiva, apenas aguardando?
Robson Augusto – Militar R1, cientista social, jornalista – Revista Sociedade Militar