Uma carta divulgada pela Revista Sociedade Militar, de autoria de presidente do Clube Militar do Rio de Janeiro, que esteve na quinzena passada reunido com Bolsonaro e Mourão, não deixa dúvidas de que a oficialidade das Forças Armadas está se alinhando a Jair Bolsonaro no que diz respeito a suas afirmativas sobre sua autoridade e uso das instituições militares para garantia dos pilares constitucionais.
Os milhares de coronéis, generais e demais associados que se fazem representar politicamente pelo Clube Militar, pelo que de depreende do verdadeiro manifesto de apoio a Bolsonaro publicado essa semana, cogitam a aplicação da Constituição Federal de 1988, no seu artigo 142, para fazer-se presente nas ruas.
Além de uma instituição recreativa o Clube Militar não abre mão de seu papel político.
O texto do presidente da instituição nos leva a crer que a ação para a qual se colocam a disposição vai muito além do simples garantir o IR E VIR da sociedade brasileira, o oficial general, de maneira bem clara, aponta o Supremo Tribunal Federal como um dos culpados e – na verdade – cumplice, de crimes cometidos contra o estado de direito.
Por declarações muito menores e de expressão menos impactante, o Supremo Tribunal determinou a prisão de algumas pessoas, como o jornalista Eustáquio e a ativista Sara Winter.
O general Eduardo José Barbosa sugere a Bolsonaro o uso do artigo 142 da CF1988 para que algemas voltem a ser utilizadas, apontando ministros do STF como os primeiros criminosos a ser enquadrados.
Ministro do STF afirmar que o combate à corrupção é prejudicial ao país pois causa prejuízos maiores que a própria corrupção. Esquece esse Senhor, que com sua capa preta bem lembra as trevas que representa … (Bolsonaro) está sendo obrigado a seguir a constituição a risca, que utilize o Art 142 da Constituição Federal (vigente) para restabelecer a Lei e a Ordem. Que as algemas voltem a ser utilizadas, mas não nos trabalhadores que querem ganhar o sustento dos seus lares, e sim nos verdadeiros criminosos que estão a serviço do “Poder das Trevas.”
Militar ouvido pela Revista Sociedade Militar, que frequenta o círculo de oficiais generais, garante que não passarão duas semanas sem que algo muito significativo aconteça. Ao comentar a carta do clube ele pergunta: “e agora, o supremo vai mandar prender? Duvido”. Ressalta também que além da Cf1988 há outras ferramentas legais que tem sido discutidas que podem endossar a ação das Forças Armadas. Ele cita a a lei COMPLEMENTAR Nº 97, que diz: ” … Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República.”
” … Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República.”
Robson Augusto, militar R1, sociólogo, jornalista.