Muitos militares das Forças Armadas, nessa manhã de quarta-feira, permaneceram bastante tempo sentados em frente a um monitor de TV assistindo à entrevista concedida por LULA para canais independentes. Já previa-se perguntas relacionadas às Forças Armadas, hoje praticamente indissociáveis do governo.
A maior parte dos oficiais e praças, ainda que muitos evitem expor a opinião em público, acreditam que há grande possibilidade de que Luís Inácio Lula da Silva seja aquele que se assentará na cadeira presidencial em janeiro de 2023. Em conversas privadas vários admitem que as falas deixarão a cúpula incomodada e que é de fato necessário preparar o caminho para que as Forças Armadas sofram o mínimo possível de represálias políticas por conta do protagonismo exagerado durante o governo Bolsonaro.
Na entrevista, transmitida pelo canal 247, Lula disse que não vê problemas em colocar divergências em um canto, se ligar a Alckmim e até em colocá-lo como seu vice.
Sobre Bolsonaro ele disse que não representa a democracia, que representa o FAKE NEWS que começou com Donald Trump.
Sobre as Forças Armadas em sua fala o ex-presidente tentou descolar os militares que estão no governo, que mencionou como aproveitadores, do restante das Forças Armadas, listou alguns dos seus feitos durante seu governo e por fim deixou claro que o papel dos militares terá que ser rediscutido.
O ex-presidente Lula disse ainda que considera que os militares que hoje auxiliam Bolsonaro devem pedir as contas ainda antes ou durante o processo eleitoral.
“nós não podemos tomar as forças armadas pelas pessoas que estão no governo… eles podem colocar lá nos livros deles que o governo Lula foi um governo de recuperação das Forças Armadas, dando a elas um mínimo de dignidade… pagamos salário mínimo para aqueles que nem recebiam salário mínimo… nós criamos o soldado cidadão… recuperamos a engenharia do Exército… recuperamos uma parte da Marinha. .. Essa gente não representa as Forças Armadas, um grupo de aproveitadores. Pazuello jamais poderia ser general com a grosseria que ele tem, não pode um homem daquele chegar a general… que ia a CPI de farda porque seria mais respeitado. As forças armadas precisam compreender que não é a farda que mostra o caráter… é a formação, o interesse de defender a soberania nacional. … nas FA há gente preocupada com o Brasil e é essas FA que queremos que prevaleça no Brasil, precisamos de Forças Armadas… o que não dá é pra ter umas Forças Armadas falidas.”
“eu trabalho com a ideia de que esses 8 mil militares que estão trabalhando no governo na burocracia, eles certamente irão se afastar ainda durante o processo eleitoral… eles tem que pedir as contas porque o Brasil tem que ser governado pela sociedade civil. Eu serei o chefe supremo das Forças Armadas e nós vamos discutir o papel que é mais nobre do que esse que está acontecendo agora… eles não são mais importantes, mais inteligentes, são iguais e apenas tem uma função definida na Constituição.”
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