O governo polonês convocou uma reunião de segurança e defesa nacional de emergência nesta terça-feira, disse o porta-voz do governo, Piotr Mueller, após uma explosão fatal relatada perto da fronteira com a Ucrânia.
Notícias afirmam que as explosões foram causadas por mísseis russos que atingiram uma cidade a poucos quilômetros da Ucrânia, intencionalmente ou por engano, e que levantam temores de uma escalada na guerra do presidente Vladimir Putin.
“Vimos esses relatórios da Polônia e estamos trabalhando com o governo polonês para coletar mais informações, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional em um comunicado. Não podemos confirmar os relatórios ou qualquer um dos detalhes neste momento. Vamos determinar o que aconteceu e quais seriam os próximos passos apropriados.
A Russia nega as alegações.
“As declarações da mídia e autoridades polonesas sobre a suposta queda de mísseis ‘russos’ na área do assentamento de Przewodow são uma provocação deliberada para agravar a situação”, disse o Minsitério da Defesa da Rússia em um comunicado no Telegram, referindo-se à cidade amplamente relatada como atingida.
A situação ocorreu no momento que a Russia lançou uma intensa onda de ataques aéreos em cidades da Ucrânia nesta terça-feira, atingindo prédios na capital, Kiev.
O ataque teve como alvo cidades importantes de Lviv, no oeste, Kharkiv, no nordeste, destruindo a infraestrutura de energia em um dos maiores ataques coordenados desde o inicio da guerra.
“É apenas uma questão de tempo até que o terror russo vá mais longe. Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos”, escreveu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy no Telegram. “Este é um ataque de míssil russo à segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir.”
A perspectiva de mísseis russos possivelmente atingindo a Polônia, membro da Otan, provocou temores de que a guerra na Ucrânia pudesse aumentar drasticamente.
“Podemos e devemos fazer todo o possível para defender a Polônia”, disse o senador norte-americano Chris Coons, D-Del., à NBC News. “Espero que os russos assumam prontamente a responsabilidade, identifiquem isso como um erro, se for de fato um erro, forneçam uma compensação e se comprometam a não mais atacar dentro de algum tampão da fronteira.”
A Polônia é coberta pelo Artigo 5 da OTAN, um princípio que sugere que todos os aliados, incluindo os EUA, viriam em auxílio de qualquer membro que fosse atacado.
Um oficial da OTAN disse à NBC News que a organização continuava revisando relatórios e “coordenando de perto com nossa aliada Polônia”.
Alguns membros da aliança expressaram seu apoio à Polônia e disseram que estavam consultando os líderes do país.
Gitanas Nauseda, presidente da Lituânia, que faz fronteira com a Polônia, twittou que “cada centímetro do território da OTAN deve ser defendido!”
O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, respondeu no Twitter que “se a Polônia confirmar que os mísseis também atingiram seu território, isso será uma nova escalada da Rússia. Apoiamos firmemente nosso aliado da UE e da OTAN.”
A Estônia, também membro da OTAN, que por décadas fez parte da União Soviética e nos últimos anos alertou sobre o expansionismo russo, chamou a notícia de “muito preocupante”.
“Estamos consultando de perto a Polônia e outros aliados. A Estônia está pronta para defender cada centímetro do território da OTAN”, disse o ministro das Relações Exteriores do país via Twitter. “Estamos totalmente solidários com nossa aliada próxima, a Polônia.
Imagem: Kurier Lubelski/Nexta TV
NBC News