Marinha esconde informações sobre condecorações entregues para Constantino, JR Guzzo e outros jornalistas de direita
A Marinha do Brasil se nega a informar, após solicitação da Revista Sociedade Militar, a listagem com a especificação dos relevantes serviços prestados por agraciados com a medalha Mérito Tamandaré, incluindo os jornalistas conservadores Rodrigo Constantino e JR Guzzo.
As normas militares que regulam as concessões de condecorações militares são bem claras ao especificar que os agraciados com medalhas e/ou títulos nobiliárquicos como cavaleiro e comendador tem que ter realizado serviços relevantes para as Forças Armadas como um todo ou para as instituições Exército, Marinha e Aeronáutica especificamente.
Segundo o decreto que regula a Medalha Mérito Tamandaré, as condecorações são entregues para: “instituições e personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, que tenham prestado relevantes serviços na divulgação ou no fortalecimento das tradições da Marinha do Brasil, honrando seus feitos ou realçando seus vultos históricos.”
O regulamento da Medalha especifica que deve existir propostas de condecoração, onde autoridades registram os motivos pelos quais acreditam que as personalidades indicadas são dignas de receber condecorações das instituições militares.
Alguns dos condecorados em dezembro de 2022
- ANTÔNIO AUGUSTO AMARAL DE CARVALHO FILHO – Ex – presidente da REDE JOVEM PAN
- JOSÉ MARIA DA ROCHA TRINDADE – REDE JOVEM PAN
- AUGUSTO NUNES DA SILVA – REDE JOVEM PAN
- JOSÉ ROBERTO GUZZO – GAZETA DO POVO
- RODRIGO CONSTANTINO ALEXANDRE DOS SANTOS – REVISTA OESTE
Em resposta à solicitação de informações a Marinha do Brasil disse que o pedido é sem razão ou fundamento e que não tem conformidade com os interesses públicos,
“desarrazoado, tendo em vista a desconformidade com os interesses públicos do Estado em prol da sociedade…”
A editoria da Revista Sociedade Militar reiterou a solicitação de informações e vai até a última instância caso seja necessário
“O pedido não é desarrazoado. O país vive um período de grande polarização política e é necessário entender o que de fato está acontecendo por dentro de todas as instituições públicas e isso é dentro do que entende-se como interesse público. Não é admissível que jornalistas ou outras personalidades sejam agraciados com condecorações pagas pelo cidadão brasileiro e que as instituições militares se neguem a explicar o que de fato os “agraciados” fizeram pelas Forças Armadas.
Negar a informação solicitada pode levar ao entendimento de que as instituições militares foram utilizadas para favorecimentos ilícitos, pessoais, compra de apoio político ou para aumentar o status de personalidades que comungam da mesma visão de mundo que têm as autoridades militares com poder de entregar condecorações.
Condecorações, medalhas e outras premiações são custeadas com dinheiro público e se as Forças Armadas alegam que as premiações são concedidas para quem realiza ações relevantes em favor das instituições não há porque taxar tais pedidos de informações de “desproporcionais ou genéricos”. Se as premiações foram concedidas de acordo com a legislação vigente, citada no pedido inicial, as ações realizadas constam nas propostas de concessão das mesmas, como especifica o próprio regulamento da condecoração em tela;
Atos relevantes realizados por jornalistas não são secretos e – muito pelo contrário – se são de fato relevantes devem ser de conhecimento de toda a sociedade.
“§ 1o As propostas deverão ser preenchidas em modelo próprio e adequado às necessidades do processo de concessão da medalha, fornecido pelo Gabinete do Comandante da Marinha.”
Reiteramos o pedido