Em mais um ato que incomoda alguns militares, o presidente Luís Inácio Lula da Silva resolve tirar a ABIN do poder do GSI e passar para o comando da Casa Civil da Presidência da República.
Assim, a agência responsável pelas atividades de inteligência e espionagem deixa de pertencer à estrutura do Gabinete de Segurança Institucional, órgão que fica sob responsabilidade dos militares.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira (02/03).
Treze dias após os eventos do 8 de janeiro, Lula demitiu o general Júlio César de Arruda do cargo de Comandante do Exército, substituindo-o pelo atual comandante, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. O ato gerou grande incômodo para a caserna.
Demonstração de força
Já se discutia na transição, o que foi reverberado pela grande mídia, acerca da mudança da transferência da Abin para outro ministério, tirando-a da influência dos militares, que naquele momento eram ainda comandados pelo general Augusto Heleno.
A discussão, porém, voltou à tona com mais força depois dos ataques do 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e fizeram o terror à sede dos três Poderes. O Palácio do Planalto foi violado, obras de arte foram quebradas e rasgadas, e salas reviradas, além da tentativa de incêndio do prédio do STF.
Muitos saíram com a imagem manchada desse episódio, responsabilizados diretamente pelas invasões, dentre eles o GSI. Sua atuação na ocasião foi alvo de muitas críticas, uma vez que o GSI responde pela segurança das dependências do Palácio.