Pela primeira vez desde a sua criação, em 1999, o GSI/PR (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) se viu chefiado por um civil e não por um general do Exército Brasileiro.
O GSI/PR embora tenha perdido muito poder e algum prestígio ao ver ser retirado das suas atribuições a segurança direta do presidente e do vice-presidente e a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) é o órgão do governo brasileiro responsável pela assistência direta e imediata ao Presidente da República no assessoramento em assuntos de segurança. Possui também responsabilidade pela coordenação das atividades do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, o acompanhamento de questões referentes ao setor espacial do País, assim como assuntos relacionados a terrorismo.

Nesta quinta-feira, dia 27, em reunião com ministros no Palácio da Alvorada, Lula confirmou a escolha do General Marcos Antônio Amaro dos Santos como ministro-chefe do GSI.
A escolha do novo ministro veio após a queda do general Gonçalves Dias, após divulgação de imagens do Palácio do Planalto referentes ao dia 8 de janeiro, no qual mostrava Gonçalves Dias caminhando pelo terceiro andar do palácio sem ter nenhuma ação de repreensão contra os manifestantes que invadiram o prédio.
Mesmo em frente a situação, e tentativas de pessoas próximas e de uma ala do PT de mudanças na estrutura do GSI, insistindo que deveria ser comandado por um civil, os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa, disseram que o gabinete deve ser comandado por um militar. José Múcio ainda disse que “as Forças Armadas estão pacificadas” e que “não é hora de mudar o comando”.

Marcos Antônio Amaro dos Santos é militar da reserva do exército brasileiro. Ingressou no Exército em 1974, pela Escola Preparatória de Cadetes. Em sua carreira militar, serviu na artilharia em Jundiaí, Rio de Janeiro e Olinda, e foi instrutor em Agulhas Negras. Comandou a Escola Preparatória de Cadetes, enquanto coronel, e foi chefe da Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército.
Em sua vida política, em 2015, no governo Dilma Rousseff, esteve à frente da Casa Militar, após a reforma ministerial, que o GSI perdeu o status de ministério e se integrou à Secretaria de Governo. Antes, Amaro foi secretário de Segurança Presidencial. Assumiu depois a 3ª Divisão de Exército em Santa Maria – RS, e em 2018 assumiu a Secretaria de Economia e Finanças do Exército. Enfim, no governo Bolsonaro, em 2020, assumiu a chefia do Estado-Maior do Exército e a função de comandante militar do Sudeste.
Agora terá o desafio de chefiar o GSI em meio as investigações e a CPMI instaurada no Congresso Nácional para trazer a luz os atos de 8 de janeiro.
Por MRC – Revista Sociedade Militar