O US Naval Institute, que é uma associação militar privada e sem fins lucrativos que oferece fóruns independentes e apartidários para debate de questões de segurança nacional, fez aos comandantes das Marinhas de diversos países as seguintes perguntas:
Que lições sua Marinha e/ou Guarda Costeira extraíram dessas ou de outras ameaças? Que mudanças você tentará implementar como resultado?
A motivação das perguntas advém das tensões crescentes no mundo marítimo, desafiando as nações a cooperarem entre si.
Tensões que atingiram o seu cume sobretudo no último ano, sobre as quais temos falado aqui na Revista Sociedade Militar, devido à guerra em curso entre Rússia e Ucrânia; as tensões contínuas no Mar da China Meridional; a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada; e ataques à infraestrutura submarina.
Além das disputas tradicionais entre os estados, outros desafios continuam afetando a ordem nas águas, como o fumo, pirataria, contrabando de drogas e armas, crimes ambientais e disputas por recursos naturais.
Nesse contexto, as marinhas têm se adaptado aos cenários globais, regionais e locais para cumprir uma ampla variedade de tarefas.
Segundo as palavras do Almirante Olsen, a Marinha do Brasil realiza regularmente uma avaliação estratégica para coordenar seu preparo e emprego, combinando sua principal missão de combate com outras missões navais, como segurança marítima e apoio às necessidades da população nas águas marítimas e internas brasileiras.
No que diz respeito ao preparo, a Marinha tem buscado seu planejamento de forças com o acesso progressivo a tecnologias avançadas em meio a restrições de vários recursos.
No que se refere ao emprego, tem atuado tanto em âmbito nacional quanto internacional, ambos vivenciando uma cooperação intensa.
Assim, tem ocorrido uma crescente participação da Marinha do Brasil com outros órgãos do Estado, ou seja, operações interagências, para enfrentar os desafios relacionados à ordem nos mares (e águas interiores) e outras necessidades internas.
No cenário internacional, ainda segundo o Almirante Olsen, a presença consistente da Marinha do Brasil no Atlântico Sul, de forma cooperativa, está determinada ao objetivo de contribuir de maneira reservada para a segurança e estabilidade marítima em nosso ambiente estratégico.
Dessa forma, a Marinha estreita cooperação com as lideranças brasileiras para fortalecer a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).
Além do comandante da Marinha do Brasil, o Almirante Marcos Sampaio Olsen, também responderam às perguntas os comandantes das Marinhas da Austrália, de Barbados, do Canadá, do Chile, da Colômbia, do Chipre, da Finlândia, da França, da Grécia, da Itália, do Japão, da Jordânia, do Kwait, da Malásia, da Nova Zelândia, do Paquistão, do Peru, do Senegal, da Espanha, da Suécia e do Reino Unido.
Fonte: U.S. Naval Institute