
O senador americano Marco Rubio, vice-presidente do Comitê Seleto do Senado sobre Inteligência e membro dos comitês de Relações Exteriores e Apropriações, publicou recentemente um artigo no Defense News, no qual ele criticou fortemente o corte de recursos na Marinha dos EUA. Rubio enfatizou a importância crucial do poder marítimo na competição global, principalmente em relação à crescente ameaça representada pela China.
Rubio se referiu a uma revelação feita pelo Secretário da Marinha dos EUA, Carlos del Toro, ao Comitê do Senado sobre Apropriações em 28 de março. Del Toro admitiu que, até 2028, a Marinha dos EUA terá aproximadamente 291 navios, enquanto as estimativas para a China são de mais de 440 navios. Isso indica que a China está rapidamente se encaminhando para ultrapassar os EUA como a principal potência naval mundial.
O senador também criticou a administração do presidente Joe Biden por pedir um orçamento para a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais que é cerca de 2% abaixo da inflação, efetivamente propondo cortes na Marinha dos EUA em um momento em que ela já está perdendo terreno. Ele mencionou especificamente que a produção do submarino da classe Columbia está 10% atrás do cronograma e que a do submarino da classe Virginia está “significativamente atrasada”.
Além disso, Rubio criticou o Departamento de Defesa dos EUA por gastar cada vez mais dinheiro do contribuinte em experimentos obscuros conduzidos por empreiteiros terceirizados sob o pretexto de pesquisa e desenvolvimento, em vez de usar os fundos para tarefas básicas como a construção de navios.
Para concluir, Rubio exortou a liderança dos EUA a reordenar suas prioridades e acelerar a construção de navios da nação, reiterando uma citação do presidente Theodore Roosevelt: “Uma boa marinha não é uma provocação à guerra. É a garantia mais segura de paz.”
“É inadmissível uma Força que não tenha capacidade de causar dano…”
Em paralelo à crise enfrentada pela Marinha dos EUA, a situação da força naval brasileira também causa preocupação. Durante uma sessão da comissão de relações exteriores do Senado em 4 de maio de 2023, o Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha, expressou sua inquietação quanto ao futuro da Marinha brasileira.
Assim como o senador americano Marco Rubio advertiu para a situação da Marinha dos EUA, a declaração de Olsen ressalta as duras consequências dos cortes de recursos. O Comandante da Marinha revelou que devido às restrições orçamentárias severas, até 2028, haverá uma redução de 40% da força naval brasileira.
Além disso, as restrições orçamentárias têm impedido a aquisição de insumos essenciais para o funcionamento da Marinha, como combustíveis, manutenção e munição. Olsen foi enfático: “É inadmissível uma Força que não tenha capacidade de causar dano, e capacidade de causar dano exige treinamento, exige munição, exige óleo, exige manutenção dos seus bens.”
Ele também destacou que 88% do orçamento da Marinha hoje é consumido por despesas obrigatórias, limitando ainda mais a capacidade de investimento e operação da força.
Essas declarações alarmantes reforçam a afirmação do Presidente Theodore Roosevelt, citada pelo Senador Rubio: “Uma boa marinha não é uma provocação à guerra. É a garantia mais segura de paz.” Esta lição, parece ser válida não apenas para a Marinha dos EUA, mas também para a Marinha brasileira, que atualmente enfrenta dificuldades.