Em 19 de junho de 2023, o presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro do ar Joseli Parente Camelo, em entrevista concedida à jornalista Andréa Sadi, no programa Estúdio I, tratou de diversos temas, entre eles a suposta rede golpista que teria desembocado nos atos de vandalismo em 8 de janeiro.
Sobre o caso envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, o oficial general afirmou que os documentos encontrados no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro são “fortes indícios” de que houve um planejamento para tentar impedir a posse do presidente Lula.
Camelo também disse que a participação de militares na política foi “muito incentivada” por Bolsonaro: “Isso, nós vimos, que não é salutar para a nossa democracia, não foi bom. Acabou, de certa forma, levando um certo contágio para militares que estavam na ativa”.
“Realmente, os indícios de [planejamento de] golpe (…) foram fortes, mas temos que dar a oportunidade de todas as pessoas se defenderem”, afirmou o presidente do STM.
Quem assistiu à entrevista do militar, que foi piloto do avião presidencial no governo anterior de Lula, foi a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). Em requerimento protocolado em 22 de agosto, a parlamentar convida o tenente-brigadeiro Joseli a prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos do dia 8 de janeiro deste ano.
Como justificativa para sua requisição, a deputada diz que a participação de militares da reserva ou ativos, cuja constatação é inequívoca, tem provocado consequências danosas à imagem das Forças Armadas, chegando a resultar em manifestação desta dimensão por parte do presidente do Superior Tribunal Militar.
Abaixo um trecho da entrevista veiculada pela Globonews.