As maiores fabricantes de armas do mundo continuam a ser dominadas pelos Estados Unidos, com quatro empresas americanas entre as cinco maiores do setor, de acordo com um recente ranking do site Defense News.
No entanto, um dado marcante é o crescimento impressionante das empresas chinesas nos últimos anos, refletindo uma mudança significativa no cenário da indústria de defesa global.
Além disso, vale destacar o desempenho da brasileira Embraer que ao longo da última década despencou no ranking sinalizando o dinamismo e as transformações nesse campo altamente competitivo.

O Domínio dos EUA
Segundo a recente classificação do Defense News, metade das 20 principais fabricantes de armas do mundo estão sediadas nos Estados Unidos. Empresas como Lockheed Martin, RTX, Northrop Grumman, Boeing e General Dynamics permanecem entre os líderes do setor, consolidando a posição dominante das empresas americanas.
Em 2022, as cinco maiores empresas de defesa dos EUA geraram uma receita combinada de impressionantes $196 bilhões — provenientes de contratos governamentais, vale destacar. Lockheed Martin, em particular, lidera o ranking, com uma receita militar total de cerca de $63 bilhões.
A Ascensão das Empresas Chinesas
Um dado marcante é o aumento do poderio das empresas chinesas na indústria de defesa global. Quatro empresas chinesas estão agora entre as 20 principais, destacando o avanço notável da Aviation Industry Corporation of China, que se tornou o quarto maior contratante militar do mundo em 2022.
A ascensão chinesa é um reflexo das tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China, que levaram a uma expansão das operações militares das empresas chinesas nos últimos anos.
O Declínio da Embraer
Enquanto as empresas chinesas ganham terreno, outras experimentaram uma dinâmica diferente. A Embraer, uma vez em uma posição mais vantajosa, agora figura apenas na 99ª posição no ranking, com uma receita substancialmente menor.
Há dez anos, a empresa brasileira ocupava a 61ª posição, evidenciando um declínio significativo. Esse declínio pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo mudanças nas demandas do mercado global e desafios competitivos.
Em 2012, a receita da Embraer foi de aproximadamente um milhão de dólares ($1,068,061,654). Já em 2022 a empresa brasileira gerou receita de aproximadamente quatrocentos mil dólares ($447.60).
Cenário Global de Conflitos e Insegurança
Essas mudanças no cenário das maiores empresas de defesa ocorrem em um momento de crescente instabilidade global. A escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China, juntamente com conflitos em várias partes do mundo, incluindo a guerra na Ucrânia, tem impulsionado um aumento na demanda por equipamentos militares.
Isso tem resultado em níveis recordes de novos pedidos para as principais empresas do setor, indicando uma forte necessidade de capacidades de defesa, como mostra o relatório anual do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) — Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo — segundo o qual o gasto militar global total, em 2022, aumentou em 3,7% em relação a 2021, atingindo um novo recorde de US$ 2,240 trilhões.
Conforme noticiado aqui na Revista Sociedade Militar, esse crescimento dos gastos militares no mundo é impulsionado principalmente pelo aumento dos orçamentos de defesa em países como os Estados Unidos, a China, a Rússia, Ucrânia e vários países europeus.
Embora as empresas de defesa dos Estados Unidos ainda dominem a indústria global de armas, o cenário está mudando rapidamente. O crescimento impressionante das empresas chinesas, juntamente com o declínio de algumas empresas tradicionais, destaca a natureza dinâmica desse setor. À medida que as tensões geopolíticas aumentam e os conflitos persistem em diferentes partes do mundo, a demanda por equipamentos militares permanece alta, impulsionando a evolução constante da indústria de defesa global.
Rankeamento das 20 Maiores Empresas de Defesa (em milhões):
- Lockheed Martin (EUA) – $63,334.00
- RTX¹ (EUA) – $39,600.00
- Northrop Grumman (EUA) – $32,435.00
- Aviation Industry Corporation of China (China) – $30,971.31
- Boeing (EUA) – $30,843.00
- General Dynamics (EUA) – $30,400.00
- BAE Systems² (Reino Unido) – $25,238.85
- China North Industries Group Corporation Limited (China) – $17,963.66
- L3 Harris Technologies (EUA) – $13,927.00
- China South Industries Group Corporation (China) – $13,483.91
- Leonardo (Itália) – $12,866.12
- Airbus (Holanda/França) – $12,022.44
- HII (EUA) – $10,625.00
- Thales (França) – $9,644.49
- China Aerospace Science and Technology Corporation (China) – $9,614.35
- Leidos (EUA) – $9,525.00
- Amentum (EUA) – $6,000.00
- Booz Allen Hamilton (EUA) – $5,904.37
- Rheinmetall AG (Alemanha) – $5,060.70
- Dassault Aviation (França) – $5,034.01
99. Embraer (Brasil) – $447.60
Fonte: Defense News