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Artigo no Blog do Exército fala sobre manipulação na internet e iscas usadas para atrair cliques

por Sociedade Militar
02/10/2023
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O Exército Brasileiro tem sido uma das grandes vítimas da veiculação de informações falsas na internet. Artigo Escrito por um major e divulgado no blog oficial do exército brasileiro adverte sobre técnicas de manipulação usadas para levar pessoas para sites que divulgam fake news ou informações equivocadas.

A isca de cliques como estratégia de manipulação midiática

 TC Edvan Moraes Santos

A necessidade dos indivíduos em enfrentar os desafios no mundo atual, caracterizado por sua natureza mutável e volátil e, particularmente do ambiente informacional, potencializado pelo contexto da tecnologia, tem criado a extrema necessidade de buscar a adaptação, a rapidez e a capacidade de inovar.

Vivemos em uma era de informações instantâneas e distrações contínuas, onde a batalha pela atenção do usuário nas mídias sociais e na internet é mais intensa do que nunca. Nesse cenário digital frenético, uma estratégia que se destacou pela sua eficácia e, ao mesmo tempo, pela controvérsia que a envolve é o famoso “clickbait“, que significa “isca de cliques” na tradução da língua Portuguesa. Essa tática, que faz uso de títulos sensacionalistas e imagens provocativas, tem o poder de atrair a atenção do público em um piscar de olhos, direcionando-o para sites específicos e gerando tráfego massivo.

No entanto, o clickbait é mais do que simplesmente uma técnica de marketing; ele é um fenômeno que transcende as fronteiras da ética e coloca em jogo a integridade das informações que trafegam diariamente. Sua origem remonta ao termo conhecido por “imprensa marrom”, mais especificamente nos Estados Unidos do final do século 19, que referenciava os veículos de comunicação e seus respectivos jornalistas aclamados como sensacionalistas, para atrair a audiência. Essa técnica foi aprimorada ao longo do tempo, sendo aplicada desde os jornais, e-mails, blogs, anúncios e, atualmente, está em todos os tipos de conteúdo, onde a audiência alcançada não reflete a real satisfação do usuário ou visitante.

Nesse contexto, é importante destacar as estratégias utilizadas, analisar o seu modus operandi, observar sua eficácia, consequências e quais maneiras para discernir entre conteúdo valioso e iscas enganosas no ambiente informacional.

À medida que nos aprofundamos nesse tema intrigante, fica claro que o clickbait não é apenas uma estratégia superficial de captura de atenção, mas sim um reflexo das dinâmicas complexas que moldam a paisagem da internet e da sociedade contemporânea como um todo.

O clickbait, ao aproveitar a curiosidade humana e natural, pode manipular decisões de clique e até mesmo moldar opiniões. A necessidade de novidade, a busca por recompensa instantânea e o viés de confirmação são elementos que estrategistas midiáticos exploram para criar conteúdo irresistível. Ao apresentar títulos provocativos, imagens cativantes e narrativas polarizadoras, eles despertam emoções que impulsionam o engajamento.

A disseminação de matérias tendenciosas por meio de cliques gera consequências, impactando a sociedade e as mentes individuais. A fragilidade humana, um intricado labirinto de pensamentos, emoções e percepções, apresentando como um terreno fascinante e complexo para explorar. A necessidade inerente de conexão e informação, que faz parte da natureza humana, habilmente explorada por estratégias comerciais. A convergência entre a psicologia humana e as estratégias de mídia busca uma compreensão mais profunda de como somos influenciados e como podemos nos proteger contra essas manipulações.

O ser humano é levado a acreditar naquilo que confirma suas crenças e valores preexistentes e, por sua natureza curiosa, emocional e social, explorados por veículos de mídia e propagadores de desinformação que moldam narrativas para se alinhar a perspectivas específicas, atraindo uma audiência fiel e criar uma atmosfera de polarização. Essa característica nada mais é que o viés de confirmação, conceito criado na década de 60, pelo psicólogo Peter Watson 1, onde práticas como as citadas minam a capacidade crítica das pessoas, distorcem a percepção da realidade e aprofundam divisões na sociedade.

Nesse contexto, é importante destacar que o uso de títulos extravagantes, carregados de provocações e de maneira exagerada desperta emoções intensas, como raiva, choque ou indignação. As imagens cativantes e atraentes, postadas muitas vezes fora de contexto, para chamar a atenção do público, podem causar uma resposta emocional imediata e gerar curiosidade. Os vídeos são produzidos para cativar e chamar a atenção nos primeiros segundos, utilizando além de títulos chamativos, o que pode ocasionar na perda da credibilidade de determinado canal e na retenção em pontos específicos.

O aproveitamento das tendências e assuntos polêmicos da atualidade envolvendo os principais players do momento levam ao raciocínio de que as informações postadas em determinado local do ambiente informacional são “exclusivas”. Aliado a isso, os fortes apelos emocionais que podem levar os indivíduos a sensações de medo, indignação ou empatia, podem conduzir à leitura como forma de validação daquele sentimento. A busca por informações alternativas e de fontes não oficiais podem surgir das narrativas controversas que polarizam leitores e levam à criação de um imaginário social generalizado e teorias da conspiração.

A educação para a mídia e a promoção de um pensamento crítico acerca do impacto do ambiente informacional sobre o ser humano são ferramentas cruciais para enfrentar esses desafios. Nessa linha de raciocínio, destacam-se como medidas para proteger das ações de clickbait:

  • Verificar as fontes: sempre verificar a fonte de uma notícia ou artigo antes de clicar no link. Sites de notícias respeitáveis e bem estabelecidos tendem a oferecer informações mais confiáveis do que sites obscuros ou desconhecidos.
  • Analisar os títulos: atentar para a descrição dos títulos. Títulos sensacionalistas, exagerados ou vagos são muitas vezes indicadores de conteúdo duvidoso ou tendencioso.
  • Confirmar a informação: Se algo parece incrível demais para ser verdade ou provocador demais, é necessário pesquisar mais antes de clicar, de modo a confirmar ou refutar as informações.
  • Verificar os URLs: é necessário prestar atenção aos URLs dos sites. Às vezes, sites com nomes semelhantes a fontes confiáveis são criados para enganar os leitores.
  • Ler além dos títulos: antes de compartilhar ou tirar conclusões com base apenas no título de um artigo, é importante ler o conteúdo completo para obter uma compreensão abrangente.
  • Verificar a data: a data da publicação é de extrema importância. Notícias antigas ou desatualizadas podem ser reembaladas como novas para atrair cliques.
  • Verificar e comparar as fontes: é importante verificar se as informações são provenientes de fontes confiáveis e especializadas e, ainda, ter cuidado com o consenso criado pela replicação de mesmo conteúdo.
  • Conteúdos carregados de apelo emocional: conteúdo que se destaca ou evoca emoções intensas, como raiva, medo ou indignação, muitas vezes são projetados para atrair cliques impulsivos.
  • Evitar cliques impulsivos: antes de clicar em um link, questionar se o conteúdo é relevante para seus interesses e se você realmente precisa da informação.
  • Desative notificações intrusivas: desativar notificações de sites ou aplicativos que constantemente tentam chamar a atenção com manchetes sensacionalistas.
  • Verifique as citações e fontes: quando um artigo cita informações ou estatísticas, com pesquisas, verifique se há fontes confiáveis que respaldem essas afirmações.
  • Use extensões e ferramentas: existem extensões de navegador e ferramentas online que ajudam a avaliar a credibilidade de um site, como verificadores de fatos e classificações de confiabilidade.
  • Pense antes de compartilhar: antes de compartilhar um artigo, verifique se você leu o conteúdo completo e se está confortável com a fonte e o tom da informação.
  • Limite o compartilhamento de informações do perfil: algumas redes sociais não permitem contas privadas e dão acesso público às informações do seu perfil. Para controlar como tais informações são compartilhadas, há ajustes que você pode fazer.
  • Não acredite em tudo que vê nas redes sociais: nas redes sociais, circulam informações de qualquer tipo e origem, inclusive falsas e maliciosas. Acreditar cegamente em tudo que recebe ou acessa facilita a ação de golpistas.

Em última análise, a busca pelo equilíbrio entre a busca por conexão e conhecimento e a proteção contra as táticas maliciosas requer uma compreensão profunda da própria natureza do ser humano, sendo necessária uma visão crítica e constante para discernir a verdade da ficção, mesmo quando as estratégias empregadas tentam minar essa busca.

A vigilância e o pensamento crítico são essenciais para se proteger contra estratégias midiáticas enganosas. Ao adotar uma abordagem informada e cautelosa ao consumir conteúdo online, é possível estar mais bem preparado para evitar armadilhas e tomar decisões informadas.

Ao entender como ocorre esse modelo de influência, a sociedade pode se manter mais bem informada e resiliente, capaz de navegar pelas marés tumultuosas do mundo digital com sabedoria.

As organizações e indivíduos que reconhecem e se adaptam a essa realidade têm maior probabilidade de prosperar em um mundo em constante mudança. Esse conceito também enfatiza a importância da aprendizagem contínua, da resiliência e da capacidade de pensar de maneira não convencional para enfrentar os desafios emergentes. Original em: https://eblog.eb.mil.br/index.php/menu-easyblog/a-isca-de-cliques-como-estrategia-de-manipulacao-midiatica.html

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