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A pausa para o natal nos campos de batalha: armistícios natalinos são eventos históricos

por HOJENAWEB
21/12/2023
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Durante o período natalino, surge uma dúvida para militares em confronto e seus familiares: haverá alguma pausa nos conflitos, seja por motivos religiosos ou em conformidade com o Direito Internacional dos Conflitos Armados? Os armistícios natalinos são eventos históricos esporádicos e admiráveis em meio às crueldades ocorridas durante as guerras, muitas vezes resultantes de decisões dos líderes políticos envolvidos nos antagonismos. Na ordem internacional vigente, tem sido observado tanto o desenrolar contínuo quanto intermitente das hostilidades durante o período dedicado à celebração do nascimento de Jesus Cristo.

Um exemplo atual disso é o conflito com os ucranianos, onde as forças militares lideradas por Putin, presidente russo, foram instruídas a estabelecer um intervalo de 36 horas na linha de frente a partir de 6 de janeiro de 2023, em referência à comemoração do Natal ortodoxo. Essa ação, que havia sido negada em dezembro de 2022, mesmo após apelos internacionais, ilustra de forma apropriada situações inesperadas que podem ocorrer durante os combates, indo além dos planos de batalha e das ordens dos comandantes militares.

Na guerra do Vietnã, durante a segunda metade do século XX, os militares americanos ficaram espantados em suas bases pela presença de uma aeronave com a temática de Natal. Esse avião personalizado com pinturas do Papai Noel pousou em diferentes regiões do conflito, provavelmente com o intuito de elevar o moral dos soldados. Em 1971, como gesto simples de Natal, um membro da tripulação vestido como Papai Noel, acompanhado por seus ajudantes devidamente caracterizados, entregou bebidas, sanduíches e cartas enviadas por crianças de escolas dos Estados Unidos, com mensagens incentivadoras aos combatentes.

Em contraste, durante o final da Segunda Guerra Mundial, jornalistas correspondentes de guerra brasileiros foram enviados ao teatro de operações na Itália, para cobrirem os feitos heróicos da Força Expedicionária Brasileira (FEB). É importante salientar que, em 1944, o Natal dos soldados brasileiros foi celebrado com música, acompanhado por vinho italiano, rabanada, peru e, infelizmente, também por ataques inimigos. Essas ações corajosas dos militares brasileiros da FEB são amplamente reconhecidas e comemoradas no presente pelas Forças Armadas brasileiras, sendo propagadas nas rotinas da caserna nacional.

Igualmente, durante a Primeira Guerra Mundial, soldados alemães e ingleses surpreendentemente realizaram uma trégua de Natal e cessaram as hostilidades no front da Bélgica. Esse armistício não oficial ocorreu ao longo de seis dias em 1914, por iniciativa dos próprios soldados. Eles até decoraram as trincheiras com luzes, compartilharam refeições, fumaram, brindaram e saudaram os seus inimigos com cantigas natalinas. De forma corajosa, desafiando seus superiores, eles organizaram uma partida de futebol amistosa entre os antes rivais combatentes.

Nesse cenário, verifica-se que o cessar-fogo durante o Natal é um exemplo simbólico de respeito e humanidade entre os oponentes em combate. Nas Forças Armadas brasileiras, é comum que as festividades de fim de ano incluam períodos de dispensa para os militares, embora essas datas e a dispensa em si não sejam garantidas como um direito coletivo. Dessa forma, os militares têm a oportunidade de não cumprir expediente em seus quartéis, seja durante a semana do Natal ou da virada de ano, e podem celebrar essas ocasiões de acordo com suas preferências durante o período de liberação concedido.

Finalmente, no período natalino, o sofrimento a violência e a morte perdem espaço para a tolerância, a reconciliação e a compaixão. Sem dúvida, tanto na Europa como na Ásia ou em qualquer outra parte do mundo, os envolvidos nos conflitos optariam por estar em casa, trocando presentes e celebrando com suas famílias, em vez de receberem ordens para atacar sob bombardeios e enfrentar inimigos. Sendo assim, cabe ressaltar que tréguas natalinas não são frequentes na história contemporânea dos conflitos entre Estados, porém elas ocorreram, demonstrando que o espírito natalino ainda pode prevalecer entre as pessoas.

Eduardo Freitas Gorga – Doutorando em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança pelo PPGEST/ INEST/ UFF – Revista Soiedade Militar

 

 

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