O dia 16 de dezembro, que coincide com o nascimento de Olavo Bilac, patrono do serviço militar, marca a comemoração do Dia do Reservista, uma homenagem do Exército Brasileiro à sua devoção patriótica e por ter contribuído para o fortalecimento da consciência cívica no país, sendo estímulo às reflexões sobre o papel de cada brasileiro perante a Nação, a defesa da Pátria e a todos os valores que ela representa.
No bojo de sua vasta obra literária, Olavo Bilac é o autor do “Hino à Bandeira Nacional”, de 1889, da grandiosa “Oração à Bandeira” e do soneto “A Pátria”, considerado um dos mais belos sonetos da literatura brasileira.
Conhecido como “o príncipe dos poetas brasileiros”, Olavo Bilac soube usar, como poucos, a poesia como instrumento de fomento e incentivo às causas sociais, ao serviço militar, à pátria e aos assuntos de interesse da vida nacional no início do século XX.
Nos anos de 1915 e 1916, Bilac empreendeu a “cruzada cívica”, na qual percorreu o território nacional, realizando diversas campanhas e exortando os brasileiros para a adoção do serviço militar obrigatório.
Compreendeu que o sistema da conscrição militar era o mais adequado para o país e sonhava com um exército nacional integrado pelas mais diferentes classes sociais, o qual seria, na falta de outra estrutura organizada no interior da nação, um instrumento de homogeneização e de integração cultural.
Nos tempos que antecederam a eclosão da 1ª Guerra Mundial, a visão estratégica de Olavo Bilac despertou nos brasileiros a mentalidade de defesa da pátria, da soberania nacional, da formação da reserva e do poder dissuasório da mobilização.
Como decorrência de sua dedicação e engajamento, a campanha foi bem-sucedida e a sociedade brasileira passou a contar com o serviço militar para fins de defesa e como instrumento impulsionador do desenvolvimento nacional.
As constituições federais que sucederam essa Campanha recepcionaram o serviço militar como legítimo instrumento de defesa nacional e de integração social.
O primeiro sorteio militar, realizado na Praça XV, no dia 10 de dezembro de 1916, foi o coroamento do empenho de Bilac à causa do serviço militar. Teve início naquela data o serviço militar obrigatório, inclusivo e democrático, que não discrimina classe, raça, nível de renda, que a todos oferece a honra e a responsabilidade de servir à pátria.
“O serviço militar é o triunfo completo da democracia, nivelamento das classes, a escola da ordem, da disciplina, da coesão, o laboratório da dignidade e o patriotismo”. Olavo Bilac
CONSCRIÇÃO PELO MUNDO
O Serviço de Radiodifusão das Forças Britânicas (BFBS) fornece programas de rádio e televisão para as Forças Armadas de Sua Majestade e seus dependentes em todo o mundo. O controle editorial é independente do Ministério da Defesa e das próprias Forças Armadas. Foi estabelecido pelo British War Office em 1943.
No site da BFBS há uma matéria sobre os países que ainda contam com o serviço militar obrigatório.
O Reino Unido aboliu o Serviço Nacional há mais de 60 anos. Dos 44 países do continente europeu, 15 ainda têm recrutamento. Aqui está uma olhada em quais ainda cumprem o serviço militar obrigatório e por quê.
- Rússia
- Holanda
- Áustria
- Belarus
- Suíça
- Dinamarca
- Estônia
- Finlândia
- Noruega
- Moldávia
- Lituânia
- Ucrânia
- Suécia
Existem cerca de 85 países em todo o mundo que têm alguma forma de treino militar obrigatório, incluindo Turquia, Chipre, Israel, Síria, Brasil e Coreias.
Desde 1940, os Estados Unidos exigem que todos os homens saudáveis, com idade entre 18 e 25 anos, registrem-se no serviço seletivo, o que significa que poderiam ser convocados para o serviço militar, se necessário.
No entanto, os Estados Unidos não tiveram de utilizar o Serviço Seletivo desde 1973, devido ao elevado número de recrutas voluntários.
Da mesma forma, na China, os homens entre os 18 e os 22 anos têm de registar-se para dois anos de serviço militar. No entanto, sendo o país mais populoso do planeta, a China tem voluntários suficientes e nunca teve de depender da lista de registrados obrigatórios para preencher as fileiras.
Muitos países, como a Argentina, têm planos para o restabelecimento do recrutamento em tempos de guerra.