RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Início Defesa e Segurança

Por que a Venezuela se arrisca a entrar em uma guerra para anexar parte da Guiana

Dissecando esse entrave político que pode se tornar uma guerra... por ouro e poder.

por Franz
12/12/2023
A A

Noticiado em vários veículos de imprensa e motivo de incontáveis podcasts e matérias no Youtube e redes sociais, o entrave político entre a Guiana e a Venezuela se tornou um dos mais estranhos fenômenos políticos e militares da América do Sul nas últimas décadas. O assunto é importante ao ponto de gerar declarações do ministro da Defesa, José Múcio, sobre a total impossibilidade de passagem de tropas venezuelanas por território brasileiro, segundo o G1. 

Tropas brasileiras das Forças Armadas já se encontram na fronteira para garantir nossa soberania, mas uma questão permeia a mente dos leitores mais astutos: o que a Venezuela ganha com a anexação de um território que não lhe pertence? 

Em resposta à pergunta acima, o único “lucro” será o de demonstrar força, visto que há a possibilidade de intervenção (ou mediação) dos EUA.

E o petróleo existente na Guiana? Bem, o que acrescenta a um país com reserva de mais de 300 bilhões de barris de petróleo a adesão de “apenas” mais 11 bilhões, a estimada reserva da Guiana? Honestamente, nada, principalmente se levarmos em conta que a Venezuela não tem a tecnologia para refinar a própria reserva. 

Irã.

O Irã é um país aliado à Venezuela e que colabora com diluentes para o refinamento do petróleo explorado pelo país. Essa união, cabe salientar, é muito mal vista pelos EUA e outras democracias da América, sobretudo por suspeitas de suporte por parte do Irã a países e grupos envolvidos com terrorismo. 

Mas é inquestionável que a produção de barris de petróleo venezuelano aumentou muito com a parceria entre os dois países, sustentada até hoje. 

Essequibo.

A região em disputa (sic) é uma área que há décadas gera desconforto entre os dois países. Isso, entretanto, não justifica a invasão e adesão da região à Venezuela, país que não tem capacidade de gerir os próprios cidadãos e responsável pelo maior êxodo de pessoas da América Latina. 

Então, diante de uma realidade cruel para o próprio cidadão venezuelano e ciente de que esse petróleo existente em Essequibo não será de grande valia para a Venezuela e Nicolás Maduro, por que insistir em destruir o status quo de uma população que não se identifica como venezuelana e não pediu por ter sua realidade completamente destruída? 

Politicamente combalido e considerado como um péssimo líder (exceto por seus apoiadores internos), Nicolás Maduro está perto de mais uma eleição presidencial em seu país (ocorrerá em 2024, porém sem data especificada). Não é novidade que o país é o pior da América Latina em qualidade de vida e, novamente, o país que mais perde cidadãos por conta da “fuga em massa” provocada pela fome, a miséria e a inflação galopante. 

Entretanto, ao ter seu nome à frente de um referendo popular que “exigiu” a anexação de parte da Guiana por conta de uma rixa histórica, novamente Maduro se mostra o “líder” que a Venezuela precisa. Essa comoção venezuelana – que sequer sabemos se é verdade, pois o referendo pode ter sido manipulado – serviu para colocar o ditador em destaque, algo que servirá politicamente para colocá-lo novamente em evidência, porém desta vez como uma liderança e um reparador de uma “injustiça histórica”. 

Agora é imprescindível fazer uma reflexão sobre o incerto futuro de Essequibo se vier a se tornar um território venezuelano, pois já vimos os resultados desastrosos de conflitos entre países ao longo da História, inclusive recentemente quando a Rússia tentou anexar mais partes do território ucraniano. 

War for territory… or money?

Os indícios não apontam para uma invasão voltada à tomada de território. Como já explicitado aqui, a Venezuela não consegue gerenciar sequer suas próprias terras e economia, fato que dificulta o sucesso em uma tomada de Essequibo que, segundo Maduro, se tornará a Guayana Esequiba. Entre outras coisas, o ditador venezuelano promete a cidadania venezuelana aos cidadãos da região, hoje apontados como sendo mais de 125 mil. 

Mas tal mudança não tende a ser positiva. A criação de uma nova fronteira gerará dificuldades para que famílias se vejam. A fiscalização fronteiriça será intensa, uma vez que a região pertencerá à Venezuela e precisará de proteção pois, além do petróleo, vastas reservas de ouro e outros minerais fazem parte dessa área. 

Culturalmente, o povo da Guiana não é igual ao venezuelano, assim como nós brasileiros não temos muitas similaridades culturais com os argentinos. Logo, esta radical mudança (que nunca foi pedida pelos cidadãos da Guaiana) poderá ser extremamente ruim.

A Guiana tem outro entrave: o idioma. A maior parte da população usa o idioma inglês para se comunicar, enquanto os venezuelanos têm no idioma espanhol a língua mãe. Ademais, há vários povos indígenas (Akawaio, Arekuna, Sarao, Arawako, Kariña, Patamuná, Wapishana, Wai Wai e Makushi) com costumes e dialetos diferentes entre si. 

Quanto aos indígenas, estes serão os que mais sofrerão, sobretudo se houver realmente interesse por parte de Maduro nas riquezas minerais da região. Entretanto, até o momento, nenhum grupo ambientalista ou protetor dos direito indígenas se manifestou acerca dessa invasão e possível destruição de culturas seculares. 

Ganhar esse território (é disso que se trata) será um presente para os cofres de Nicolás Maduro. Além do petróleo e do ouro, Essequibo ainda tem boas reservas de bauxita, diamantes e manganês, um verdadeiro presente que garantirá a continuidade do ditador venezuelano por muito mais tempo no poder. 

Ver Comentários

Artigos recentes

  • Além das motos e carros: Honda surpreende com motores usados por militares, geradores que salvam vidas e tecnologias que operam onde tudo falha 09/05/2025
  • Trump institui ‘Dia da Vitória’ em 8 de maio e garante que triunfo na Segunda Guerra foi graças aos EUA: “Goste ou não, fomos nós!” 08/05/2025
  • Militares veem a História como meio de aplicar estratégias aos desafios atuais — “É necessário entrar nas Academias e fazer uma mudança no ensino militar”, diz jornalista 08/05/2025
  • Exército aumenta número de generais: de 2019 a 2025 a força ganhou mais 13 cadeiras 08/05/2025
  • GUERRA em MINUTOS! Conheça a Guerra Anglo-Zanzibari, a guerra mais curta da história, durou menos de 45 min, mas mudou TUDO! 08/05/2025
  • Concurso EsPCEx 2025 teve as inscrições PRORROGADAS, 440 vagas para pessoas com ensino médio 08/05/2025
  • A motocicleta militar com tração nas duas rodas que incrementa a mobilidade tática para operações especiais nos EUA 08/05/2025
  • Apesar de crise orçamentaria e falta de recursos, Lula quer doar 2 aeronaves da Marinha ao Uruguai: PL que autoriza doação de Helicópteros Bell Jet Ranger III(IH-6B) é enviado ao congresso 08/05/2025
  • Concurso EsPCEx encerra inscrições nesta semana! Fique atento ao prazo e não perca a chance de se tornar um militar de carreira 08/05/2025
  • Senado aprova aumento de cotas para negros em concursos públicos: saiba o que muda a partir de agora 08/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.