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Pilotos da marinha do Brasil: últimos do mundo a operar os idosos caças Skyhawk

“A” de ataque do A-4 Skyhawk da Base Aeronaval da Marinha do Brasil: O pequeno jato, com asa delta que foi concebido para ataque nuclear à partir de porta-aviões.

por Nivaldo
15/04/2024
A A
Skyhawk A-4 Falcão. Wikipédia
Skyhawk A-4 Falcão. Wikipédia

Logo depois que o Almirantado brasileiro conseguiu derrubar a “lei da asa fixa”, que não permitia à Marinha operar aeronaves de asa fixa, o comando da MB foi atrás de uma aeronave.

Inicialmente, cogitou-se a aquisição do Super Etendard, porém, o valor solicitado pelos franceses foi considerado excessivo. Com o respaldo dos EUA, em 1997, a Marinha do Brasil adquiriu 23 jatos McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk do Kuwait por US$ 70 milhões, dos quais três eram TA-4KU, destinados principalmente como fonte de peças. Essas aeronaves, fabricadas em 1977, eram consideradas “novas” e ainda possuíam muitas horas de voo, conforme atestado por uma análise in loco, que constatou que as células estavam em excelentes condições. Alguns desses aviões haviam participado da Guerra do Golfo.

O A-4 é um jato pequeno e simples, com asa delta e cauda, originalmente concebido para ataques nucleares a partir de porta-aviões. Apesar de sua simplicidade, teve uma carreira longa e bem-sucedida.

Sua missão principal é atacar e destruir alvos de superfície em apoio às operações de desembarque, escolta de helicópteros e outras missões. Desenvolvido no início dos anos 1950, o A-4 Skyhawk foi inicialmente designado como A-4D, um caça-bombardeiro diurno capaz de transportar armas nucleares leves para o inimigo a partir do convés de voo de um porta-aviões.

Skyhawk A-4 Falcão no Porta-aviões São Paulo. Wikipédia
Skyhawk A-4 Falcão no Porta-aviões São Paulo. Wikipédia

O Skyhawk foi concebido por Douglas ‘Ed’ Heinemann em resposta à solicitação da Marinha dos EUA por uma aeronave a jato de ataque para substituir o A-1 Skyraider. Heinemann optou por um projeto que minimizava tamanho, peso e complexidade, resultando em uma aeronave com metade do peso especificado pela Marinha e uma asa tão compacta que não precisava ser dobrada quando a bordo do porta-aviões.

Rapidamente apelidado de “Scooter” devido ao seu trem de pouso estreito e simples, o Skyhawk também ganhou fama como “Hot-Rod do Heinemann” devido ao seu ágil desempenho.

O Skyhawk se tornou um sucesso de exportação para a Marinha dos Estados Unidos do pós-guerra, devido ao seu pequeno tamanho, sendo operado em porta-aviões mais antigos, como os da Segunda Guerra Mundial, usados por muitas marinhas durante os anos 1960. Esses navios muitas vezes não podiam acomodar aeronaves maiores e mais pesadas, como o F-4 Phantom II e o F-8 Crusader, tornando o A-4 uma escolha preferencial.

Projeto

O A-4, um projeto convencional do pós-guerra, apresenta uma asa delta baixa, trem de pouso triciclo e um único propulsor turbojato na fuselagem traseira, com entradas nas laterais. Seu armamento inclui dois canhões Colt Mk 12 de 20mm, além de uma variedade de bombas, foguetes e mísseis transportados sob a fuselagem central e sob cada asa.

O design do A-4 ilustra as vantagens da simplicidade. A escolha da asa delta proporciona velocidade e capacidade de manobra, embora sacrifique a eficiência de cruzeiro. Os slats de ponta e o trem de pouso principal são projetados de forma eficiente, economizando peso e aumentando a resistência da estrutura da asa.

O A-4 foi pioneiro no conceito de reabastecimento ar-ar “Buddy“, permitindo que fosse utilizado como avião-tanque para outras aeronaves. Isso proporcionava uma vantagem significativa, especialmente em operações remotas, permitindo que as aeronaves atacassem com carga máxima de bombas e combustível suficiente.

Combate

Durante os primeiros anos da Guerra do Vietnã, o Skyhawk assumiu o papel de bombardeiro leve primário da Marinha dos Estados Unidos, enquanto a Força Aérea voava com o F-105 Thunderchief. No entanto, foi suplantado pelo A-7 Corsair II em missões de ataque diurno. Os Skyhawks foram pioneiros em ataques aéreos dos EUA no conflito, com um deles creditado como o último avião a bombardear alvos no Vietnã do Norte. Em uma ocasião notável, um A-4C abateu um MiG-17 com um foguete não guiado. Em maio de 1970, um Skyhawk israelense também abateu um MiG-17 com foguetes não guiados sobre o sul do Líbano.

Na Força Aérea de Israel, o Skyhawk foi a principal aeronave de ataque ao solo na Guerra de Atrito e na Guerra do Yom Kippur, destacando-se por seu custo acessível em comparação com o F-4 Phantom, maior capacidade de carga e alcance. Apesar das perdas para as sofisticadas baterias SAM SA-6, foram substituídos pelo F-16.

Durante o conflito nas Falklands/Malvinas, os Skyhawks da Força Aérea Argentina, apesar de armados apenas com bombas convencionais e sem sistemas de defesa eletrônica, afundaram navios britânicos e causaram danos significativos a outros, incluindo o HMS Coventry, HMS Antelope e Sir Galahad. Os Skyhawks da Marinha argentina também participaram, destruindo o HMS Ardent.

Ao todo, 22 Skyhawks foram perdidos durante a guerra. Na primeira Guerra do Golfo, a Força Aérea do Kuwait, que possuía 36 Skyhawks, perdeu apenas um em combate, demonstrando a resiliência da aeronave.

O Skyhawk era apreciado por suas tripulações por sua agilidade, resistência e facilidade de manutenção, além do baixo custo de aquisição e operação, o que contribuiu para sua popularidade

 

Skyhawk A-4 Falcão no Porta-aviões São Paulo. Wikipédia
Skyhawk A-4 Falcão no Porta-aviões São Paulo. Wikipédia

OLYMPUS DIGITAL CAMERAA o chegarem no Brasil em 1998, o A-4KU recebeu a designação AF-1 “Falcão” para o modelo monoplace e AF-1A para o biplace.

Esse foi um momento histórico – a retomada da aviação de asa fixa pela Marinha –  e seus pilotos foram enviados para os EUA, onde foram treinados e qualificados na Marinha dos EUA.

O dia 18 de janeiro de 2001 foi histórico na Marinha do Brasil, pois foi o dia que a aviação de asa fixa renasceu na Marinha do Brasil, quando o primeiro AF-1 pousou no convoo do porta-aviões A-11 Minas Gerais. Neste mesmo dia aconteceu o primeiro lançamento por catapulta de um A-4 pela Marinha do Brasil e seus pilotos.

No final de 2001, a Marinha do Brasil adquiriu da França o porta-aviões Foch, planejando substituir o A-11. Renomeado como A-12 São Paulo, o novo navio foi declarado operacional em 2003. Nos anos seguintes, a Marinha e os Falcões operaram em equilíbrio, com os militares da Marinha cada vez mais independentes nas operações com o jato.

Porém, o A-12 apresentou problemas graves, afetando a operacionalidade dos Skyhawks. Em 2004, uma explosão numa das catapultas resultou na morte de um tripulante, e o navio passou mais tempo em doca do que em operações. Os Skyhawks brasileiros tornaram-se os últimos do mundo a decolar de porta-aviões.

Quando a Marinha comprou esses 23 jatos A-4KU do Kuwait, trazidos para o Brasil em setembro de 1997, eles foram renomeados como AF-1, eles formaram o 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque, inaugurado em 1998.

Entretanto, a idade dos jatos e a falta de peças de reposição e suporte de manutenção no Brasil afetaram sua disponibilidade e horas de voo, levando à redução gradual da frota. Em 2008, em situação crítica, apenas dois dos aviões estavam em condições de voar.

Skyhawk
Skyhawk “Falcão” no aniversário da Aviação Naval. Fonte: Wikipédia

Skyhawk “Falcão” no aniversário da Aviação Naval. Fonte: Wikipédia

Em 15 de abril de 2009, a Embraer e a Marinha do Brasil firmaram um contrato para modernizar suas aeronaves, equipando-as com avançados sistemas, incluindo radares israelenses ELTA 2032, HUD, CMFD, HOTAS, OBOGS, entre outros. Essas atualizações permitiam o rastreamento de até 64 alvos marítimos simultaneamente.

Entretanto, em fevereiro de 2018, devido a restrições orçamentárias e à desativação do porta-aviões, o programa de modernização foi reduzido a apenas seis aviões. Apesar de um acidente que danificou um dos jatos, o esforço conjunto da Embraer e da Marinha permitiu sua recuperação.

Esses Skyhawks modernizados realizam uma variedade de atividades, desde interceptação aérea até apoio aos Fuzileiros Navais. A versão bipilotada, AF-1C, também serve como aeronave de treinamento para pilotos em qualificação.

Apesar da modernização, houve contestações sobre suas capacidades limitadas no ataque a alvos em superfície. Os mísseis Sidewinder continuaram sendo os principais armamentos, evidenciando uma necessidade de mais atualização.

Desde a década de 1960, a Marinha lutou com a Força Aérea para operar suas próprias aeronaves de asa fixa em seu porta-aviões. No entanto, pouco tempo depois de terem conseguido, acidentes e avarias prejudicaram suas operações. Atualmente, dos 26 caças adquiridos, apenas seis estão operacionais, tornando a Marinha do Brasil detentora do único esquadrão naval de Skyhawk A-4  no mundo.

Logo e Brasão do Esquadrão Falcão VF-1

Logo e Brasão do Esquadrão Falcão VF-1Fontes: Marinha do Brasil

 

Descrição:

McDonnell Douglas A-4 Skyhawk

Primeiro voo: 22 de junho de 1954.

Tipo: Bombardeiro de ataque leve baseado em porta-aviões. Caça-bombardeiro
Caça multifunção
Com motor turbojato, monomotor monoplano
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: Douglas Aircraft Company
McDonnell Douglas
Período de produção: 1954-1979
Custo unitário: US$ 860 000 (anos 50)
Primeiro voo em 22 de junho de 1954 (69 anos)
Introduzido em outubro de 1956
Tripulação: 1 (ou 2 na versão de treinamento)
Especificações: (Modelo: A-4F Skyhawk) A de ATAQUE
Peso(s)
Peso vazio: 4.750 kg (10 500 lb)
Peso carregado: 8.318 kg (18 300 lb)
Peso máx. de decolagem: 11.136 kg (24 600 lb)
Propulsão
Motor(es): 1 x turbojato Pratt & Whitney J52-P8A
Força de empuxo (por motor): 4.218 kgf (41 400 N)
Performance:
Velocidade máxima: 1.083 km/h (585 kn)
Alcance bélico: 1.158 km (720 mi)
Alcance (MTOW): 3.220 km (2 000 mi)
Teto máximo: 12.880m (42.300 ft)
Razão de subida: 43 m/s
Armamentos
Metralhadoras/Canhões: 2×20 mm Colt Mk 12 cannon, 100 tiros por arma
Mísseis AIM-9 Sidewinder
Bombas: 4 490 kg em bombas

Tripulação: 1

Propulsão: Um turbojato Pratt & Whitney J52-P-408A gerando 5.080 kg de empuxo seco.

Dimensões: Envergadura: 8,38m; comprimento (excluindo sonda de reabastecimento), 12 m; altura 4,57m; área alar: 24 m².

Desempenho: Velocidade máxima: 1 080 km/h ao nível do mar; taxa inicial de subida, 2 572/min; raio tático com carga de bombas de 1 815 kg: 547 km

Quantidade produzida: 2 960 unidades

ANTERIOR: Douglas A-3 Skywarrior

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