Um dia após a grandiosa celebração do lançamento do submarino Tonelero, que contou com a presença de figuras notáveis como Lula, Janja e o presidente francês Emmanuel Macron, o programa de submarinos da Marinha Brasileira enfrentou um revés financeiro significativo.
Segundo informações, 83% dos recursos destinados ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos foram bloqueados, impactando diretamente a Itaguaí Construções Navais (ICN), que consequentemente demitiu 200 trabalhadores.
O bloqueio orçamentário ocorreu após a decisão da Junta de Execução Orçamentária (JEO) do governo, que reduziu os recursos do Ministério da Defesa em R$ 446 milhões, com quase metade desse valor afetando diretamente a Marinha.
Esses cortes ameaçam não apenas os prazos de entrega dos submarinos, mas também o desenvolvimento tecnológico vinculado ao programa.
A situação gerou uma reação em cadeia, com a Marinha realizando uma reunião extraordinária para discutir as implicações dos cortes. O Naval Group, um dos parceiros do projeto, já expressava preocupações sobre novos cortes e atrasos desde 2023.
Além disso, há riscos de interrupção no fornecimento de material para a construção do último submarino convencional e possíveis atrasos na infraestrutura de apoio ao submarino nuclear.
O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, expressou esperança de que os cortes sejam revisados na próxima reunião da JEO em maio, embora até agora não haja previsões de revisão dos bloqueios.
Enquanto isso, outras forças também enfrentam reduções em seus projetos estratégicos, destacando uma luta interna sobre a distribuição dos investimentos.
Essa batalha financeira destaca as complexidades do orçamento de defesa e o impacto significativo na capacidade de defesa do país e no desenvolvimento tecnológico, especialmente em um momento de crescentes ameaças globais e regionais.