Como publicado pela Revista Sociedade Militar, o 62º Batalhão de Infantaria de Joinville Santa Catarina, o Exército enviou hoje, 17 de maio de 2024, um agrupamento daquela organização, com mais de 200 militares e mais de 20 viaturas para auxiliar em resgates, segurança e organização nos locais atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O 62º batalhão de Infantaria e uma organização militar subordinada ao Comando Militar do Sul e ao Comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Miné.
Um batalhão é uma organização militar, um quartel, constituída por duas ou mais companhias, sendo tradicionalmente comandada por um coronel, tenente-coronel ou um major. Normalmente tem um efetivo médio que pode variar entre 500 e 800 militares.
Então, tecnicamente, a julgar pelo quantitativo, o agrupamento de militares deslocado do 62º Batalhão, seria uma fração de batalhão ou mais acertadamente uma companhia.
Companhia é outro tipo de unidade militar, mas composta por um número entre 60 e 250 militares, sendo tradicionalmente comandada por um capitão.
GLO CAMUFLADA?
Sabe-se pela imprensa que, além dos efeitos trágicos das cheias no Rio Grande do Sul, tem aumentado o número de relatos de saques e até de pessoas que são impedidas de entrar em determinados bairros das cidades atingidas por conta da falta de segurança.
Aparentemente pode-se inferir que o envio de um contingente tão considerável de militares armados para uma área fragilizada pelos efeitos da emergência climática seria decorrência da deflagração de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), tendo como alvo a segurança dos cidadãos.
De acordo com a Lei complementar nº 97/99, as Forças Armadas podem ser empregadas “na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz”, sendo de responsabilidade do Presidente da República essa determinação, desde que esgotados os meios normais.
Requisito fundamental para ser determinada uma operação de GLO é que os meios constitucionais relacionados no art. 144 da Constituição Federal sejam formalmente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal ou Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão constitucional.
Apesar das imagens veiculadas pelo próprio Batalhão serem muito semelhantes àquelas divulgadas, por exemplo, na operação de GLO no Rio de Janeiro em 2018, nenhuma determinação foi dada pelo Presidente Lula.
O que, por enquanto, há de concreto é que o comboio do 62º BI segue para se concentrar em Florianópolis (SC), na 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, passando por Criciúma (SC) e depois seguindo ao Rio Grande do Sul com mais de 20 viaturas e 207 militares, quase 25% do contingente (o efetivo total é de 850 militares) para ajudar, auxiliar e amenizar a situação no estado.
Organização sempre presente nas operações de ajuda humanitária, o Batalhão integrará a Operação Taquari II, que empreende esforços na disponibilidade de diversos tipos de viaturas e militares, diversos tipos de material de emprego militar e pessoal especializado, apoiando as ações da Defesa Civil no estado do Rio Grande do Sul.
A Operação Taquari II resgatou até o momento mais de 69 mil pessoas e 10 mil animais, arrecadou, organizou e distribuiu centenas de toneladas de refeições, alimentos, medicamentos e milhares de litros de água potável, contribuindo para a efetiva reorganização da região, acolhimento e resgates de pessoas e animais.