Embraer e Arábia Saudita visam parceria tecnológica, humana e de matéria prima com foco em “novas oportunidades de negócios”
A Embraer e a Arábia Saudita estão prestes a se tornarem parceiras no setor aeroespacial. Informações recentes divulgadas tanto pela empresa brasileira, quanto pelo país do Oriente Médio revelam que novos negócios podem acontecer em breve.
Segundo informações da Agência de Notícias Reuters, a Embraer anunciou na última terça-feira, 21, um memorando de entendimento com alguns grupos sauditas para o desenvolvimento de um “ecossistema aeroespacial local”. Tal documento inclui a adoção de aviões da empresa brasileira pela Arábia Saudita.
O acordo foi assinado entre a Embraer, o Centro Nacional de Desenvolvimento Industrial do Reino da Arábia Saudita (NIDC, na sigla em inglês) e com o Grupo AHQ.
“Ainda como parte do acordo, a Embraer e a AHQ concordaram em analisar o enorme potencial da família (de jatos regionais) E2 para ser a aeronave escolhida para um novo projeto de linha aérea na região”, disse a Embraer em comunicado à imprensa.
Ainda de acordo com o comunicado da empresa, o acordo também visa explorar o desenvolvimento de possíveis cooperações na área tecnológica, da cadeia de suprimentos e de capital humano entre os dois países que, segundo a Embraer, serviria para “avaliar as capacidades industriais e novas oportunidades de negócios”.
Embraer está de olho na matéria-prima saudita
Desde a pandemia que a Embraer está com dificuldade de obter matéria-prima para construção de aeronaves, especialmente titânio e alumínio.
Por outro lado, a Arábia Saudita vem buscando diversificar sua economia, mirando em outros setores além do petróleo, como a mineração.
Com isso, segundo informa a Aviacionline, a Autoridade Geral de Aviação Civil da Arábia Saudita (GACA) está buscando estabelecer um diálogo com os fabricantes para expandir o fornecimento desses metais para a indústria de aviões, podendo, inclusive, aumentar a produção local de componentes e peças.
“Boeing, Airbus e Embraer demonstraram interesse nas matérias-primas e em estabelecer instalações para certos componentes no reino”, informou o presidente da GACA, Abdulaziz Al-Duailej.
A Boeing já assinou um memorando de entendimento com a empresa saudita Tasnee, conglomerado do setor químico e que produz cerca de 10% de todo o titânio produzido hoje no mundo.