O governo federal solicitou investigação sobre um grupo de perfis no Twitter e outras mídias sociais. Os perfis são acusados de espalhar fake news e atrapalhar a atuação das equipes de resgate no Sul do Brasil. No texto encaminhado ao Ministro da Justiça, o governo lista vários perfis e usando termos como “extrema direita” lista o nome de inimigos políticos antigos, como Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal, alegando que as mensagens podem impactar na atuação de militares e membros de outros órgãos.
Há entre as menções postagens aparentemente lícitas em redes sociais, expressando a visão de mundo dos donos dos perfis, como a de Steh Papaiano que critica a ineficiência do estado. Outros posts mencionados dizem que empresários são mais eficazes que militares e outras pessoas que alegam demora na ação dos militares. Ha também postagens que alegam que o governo está impedindo a passagem de veículos com doações. Alguns perfis citados já deletaram as mensagens nas redes sociais.
“Recentemente a Secretaria de Comunicação Social foi informada sobre a existência de
narrativas desinformativas e criminosas vinculadas às enchentes e desastres ambientais ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul. Este ofício tem por propósito destacar esses acontecimentos, sua relevância e impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população do Rio Grande do Sul. Além disso, permanece disseminação de desinformação relacionada à atuação do Exército e argumentos conspiratórios de que a calamidade teria sido planejada. Os conteúdos afirmam que o Governo Federal não estaria ajudando a população, de que a FAB não teria agilidade e que o Exército e a PRF estariam impedindo caminhões de auxílio.
Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das
instituições como o Exército, FAB, PRF e Ministérios, que são cruciais na resposta a emergências. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises.”
Lista de perfis encaminhados para Ricardo Lewandowski e acusações feitas pelo governo
- Pavão Misterioso – Citado como alguém que afirmou que empresários que apoiam o ex-presidente Lula não ajudaram as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Link para o tweet
- Jornal Razão – Foi acusado de manter publicado um post falso sobre a morte de nove pacientes em uma UTI devido à demora do Exército, mesmo após desmentidos. Link para o tweet
- Paladin – Mencionado porque publicou que a calamidade no Rio Grande do Sul foi planejada, como parte de uma suposta estratégia conspiracionista global. Link para o tweet
- Área Militar – Citado porque teria postado um tweet sensacionalista sobre veículos militares supostamente submersos durante a enchente. Link para o tweet
- Thiago Asmar (Pilhado) – Mencionado porque alegou que o empresário Luciano Hang estava sendo mais efetivo do que o Governo Federal em ajudar as vítimas das enchentes, com críticas à atuação dos helicópteros do Exército. Link para o Instagram
- Eduardo Bolsonaro – Criticou a demora do Governo Federal em enviar reforços à região afetada, destacando um atraso de quatro dias. Link para o tweet
- Leandro Ruschel – Denunciado porque usou uma informação já desmentida sobre mortes em uma UTI para questionar a eficácia da resposta estatal. Link para o tweet
- Steh Papaiano – Citado porque teria publicado críticas à eficiência do “estado” como centralizador, atribuindo a ele apenas a entrega de dificuldades e ineficiência. Link para o tweet
- Fernanda Salles – É apontada como alguém que promoveu a ideia de que apenas a sociedade civil estava ajudando no resgate, evidenciando a suposta ineficácia do estado. Link para o tweet
- Pablo Marçal – Espalhou, segundo o governo, informações falsas sobre a atuação do poder público durante os desastres, incluindo acusações contra a Secretaria da Fazenda do RS por barrar caminhões de doação. “e “a Secretaria da Fazenda do estado está barrando os caminhões de doação”, “não estão deixando distribuir comida, marmita”. Link para a matéria do Diário do Centro do Mundo