Para quem deseja vivenciar a força bruta da natureza, a Islândia é o destino ideal. Desde 2021, sete erupções vulcânicas ocorreram na Península de Reykjanes, próxima a Reykjavík. Essas atividades têm chamado a atenção de cientistas da Terra, que utilizam essas erupções para entender os vulcões em detalhes impressionantes.
A equipe de pesquisadores tem coletado amostras da lava em erupção na Península de Reykjanes, revelando descobertas intrigantes. Uma delas sugere que o magma da primeira erupção acumulou-se logo abaixo da superfície da ilha, ganhando energia até explodir de forma espetacular. Essa explosão inicial facilitou a ocorrência de novas erupções subsequentes.
Conhecida como “terra do gelo e do fogo”, a Islândia foi batizada assim pelos primeiros colonizadores que presenciaram várias grandes erupções ao longo da Península de Reykjanes. Após cerca de 800 anos sem eventos vulcânicos na região, o vulcão Fagradalsfjall entrou em erupção em 19 de março de 2021. Desde então, ocorreram mais dois eventos vulcânicos discretos em Fagradalsfjall em 2022 e 2023, seguidos por quatro outras erupções no sistema de fissuras Sundhnúkur em 2023 e 2024.
A Islândia está localizada na Dorsal Mesoatlântica, onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se formam a aproximadamente 1 centímetro por ano de cada lado da dorsal. Esse processo cria uma nova crosta vulcânica, resultando em novas partes das placas tectônicas.
Além disso, há uma pluma quente e flutuante de material rochoso que se eleva das profundezas da Terra e intersecta com a Dorsal Mesoatlântica sob a Islândia. Essa pluma, juntamente com outras plumas semelhantes no Atlântico central e sul, pode ter desencadeado a formação da bacia do Oceano Atlântico há mais de 200 milhões de anos. Esses fatores combinados formam os vulcões da Islândia.
As erupções recentes ameaçaram a cidade pesqueira de Grindavík, a usina geotérmica de Svartsengi e o famoso spa geotérmico Blue Lagoon. A lava chegou a alcançar os limites da cidade de Grindavík, e apenas barreiras construídas pelo homem impediram uma destruição maior.
O estudo das lavas erupcionadas, conduzido por equipes de cientistas, revelou que o magma das erupções recentes acumulou-se em uma câmara de magma logo abaixo da superfície por até um ano. Esse processo permitiu que o magma ganhasse água, dióxido de carbono e outros gases, gerando a pressão necessária para romper a superfície e se transformar em lava.
Essas erupções vulcânicas na Islândia têm proporcionado uma verdadeira aula de geologia para os cientistas. A análise das amostras de lava oferece uma visão detalhada de como e quando as erupções ocorrem, ajudando a entender melhor os perigos associados aos vulcões.
Com as previsões de que essas erupções continuarão por séculos, gerações de geólogos e vulcanologistas devem construir suas carreiras na Islândia, enquanto milhões de turistas terão a oportunidade de testemunhar esses espetáculos naturais impressionantes.
Fonte: The Conversation