O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24). A seguir, reproduzimos algumas partes do discurso, que tratam particularmente dos militares e que podem também ser conferidas em vídeo, ao final deste texto.
Logo na abertura do discurso, Lula saudou a delegação palestina, presente pela primeira vez na história da sessão de abertura da Assembleia Geral:
“Dirijo-me em particular à delegação palestina, que integra pela primeira vez esta sessão de abertura, mesmo que ainda na condição de membro observador. E quero saudar a presença do presidente Mahmmoud Abbas“, disse Lula.
Logo na sequência, ao citar a difícil aprovação das recomendações do Pacto do Futuro, debatidas no dia anterior à abertura da assembleia, Lula destacou o “paradoxo” vivido pela atual composição estrutural e decisória da ONU.
Como publicado pela Agência Brasil, Lula voltaria a citar a necessidade de reforma do organismo multilateral ao longo do discurso, para fazer frente às “mudanças vertiginosas” vividas pelo mundo.
“Adotamos anteontem, aqui neste mesmo plenário, o Pacto para o Futuro. Sua difícil aprovação demonstra o enfraquecimento de nossa capacidade coletiva de negociação e diálogo.
Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes”.
SOBRE O MILITARISMO E AS GUERRAS
O presidente brasileiro atacou a primazia dos gastos com armamentos, em detrimento do combate às desigualdades e às emergências climáticas:
“Testemunhamos alarmante escalada de disputas geopolíticas e de rivalidades estratégicas. 2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial.
Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram 2,4 trilhões de dólares. Mais de 90 bilhões de dólares foram mobilizados com arsenais nucleares.
Esses recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima. O que se vê é o aumento das capacidades bélicas.
O uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando a regra”.