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Militar ganha direito na Justiça de permanecer em sua localidade pra cuidar do filho com Transtorno do Espectro Autista: “Permanência em Brasília não acarretará prejuízos ao Comando da Aeronáutica”.

por Campos Publicado em 27/09/2024
Militar ganha direito na Justiça de permanecer em sua localidade pra cuidar do filho com Transtorno do Espectro Autista: “Permanência em Brasília não acarretará prejuízos ao Comando da Aeronáutica”.

Um militar da FAB (Força Aérea Brasileira) conseguiu na Justiça o direito de não ser removido de Brasília (DF) para o Rio de Janeiro (RJ) em razão do seu filho ser diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e realizar tratamento multidisciplinar na capital federal.

A decisão foi tomada de forma unânime pela 1ª Turma do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que divulgou o caso no último dia 23 de setembro.

O militar chegou a comunicar o Comando da Aeronáutica sobre a sua situação, mas mesmo assim teve sua movimentação anunciada pela FAB, o que o motivou a entrar na Justiça.

A União foi derrotada pelas decisões anteriores, mas seguiu entrando com recurso e alegando que a movimentação dos militares é uma das características específicas da carreira, não possuindo o militar a garantia de servir em determinada localidade ou escolher o local onde exercerá sua atividade.

Entretanto, o juiz federal convocado e relator do caso Fausto Mendanha Gonzaga argumentou que ocorrem situações em que a legislação castrense concilia o interesse público com os interesses individuais, inclusive a conveniência familiar e questões relacionadas à saúde.

“No presente caso, afastar a criança não apenas do pai que passaria a residir em outro estado, mesmo que todos se mudassem para o Rio de Janeiro também afastá-lo de toda a equipe multidisciplinar que dele cuida e dos parentes como tios e sobrinhos, com certeza, iria colocar em risco a saúde mental da criança, restando comprovado que a criança necessita do pai, bem como necessita das condições atuais para garantir o correto tratamento da doença (equipe multidisciplinar)”.

O argumento do juiz e o voto favorável ao pai foi seguido por todos os membros da 1ª Turma e a União foi mais uma vez derrotada. Gonzaga ainda destacou que “a permanência do autor na sede de Brasília não acarretará prejuízos ao Comando da Aeronáutica conforme documento juntado pela parte”.

 

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.