RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Início Defesa e Segurança

Mísseis hipersônicos chineses – avanços os deixam mais simples e baratos

Os mísseis hipersônicos estão entre os armamentos mais avançados e estratégicos existentes, e sua corrida tecnológica continua intensa. A China tem dado passos significativos na corrida tecnológica militar, e isso está reconfigurando o equilíbrio de poder global.

por Thales Rufini
13/09/2024
A A

Recentemente, engenheiros chineses alcançaram uma inovação impressionante ao desenvolverem um cone de nariz para mísseis hipersônicos utilizando aço em vez de tungstênio, um material tradicionalmente mais caro e pesado. Esta inovação não apenas torna a produção desses mísseis mais simples e econômica, mas também coloca a China à frente na corrida por essa tecnologia crucial, destacando a lacuna crescente entre as capacidades militares chinesas e norte-americanas.

Inovações no Desenvolvimento de Mísseis Hipersônicos na China

Historicamente, o uso de aço em mísseis hipersônicos era considerado inviável devido à sua baixa resistência ao calor; o aço derrete a 1200 °C, enquanto mísseis que rompem a barreira do som podem aquecer até 1650°C em apenas 18 segundos, levando a falhas catastróficas. Para superar esse desafio, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Pequim desenvolveram uma solução inovadora: revestir o cone de aço com uma camada protetora de aerogel e cerâmicas resistentes ao calor. Essa abordagem permite que o míssil mantenha sua integridade e forma, mesmo em velocidades de até Mach 8, ou 9.800 km/h.

Essa inovação não apenas aumenta a eficácia dos mísseis hipersônicos chineses, mas também reduz significativamente os custos de produção, tornando essa tecnologia avançada mais acessível e permitindo a produção em larga escala. A capacidade de China de produzir mísseis hipersônicos de maneira mais econômica representa uma vantagem estratégica significativa, pois não apenas melhora sua prontidão militar, mas também aumenta sua capacidade de projetar poder.

 

A Superioridade Chinesa na Corrida Tecnológica

Enquanto a China avança rapidamente, os Estados Unidos têm lutado para acompanhar o ritmo. Apesar dos esforços intensivos, os EUA ainda não conseguiram desenvolver um modelo operacional de míssil hipersônico. Programas como o AGM-183A ARRW (Air-launched Rapid Response Weapon) da Força Aérea dos EUA enfrentaram uma série de contratempos, incluindo testes mal-sucedidos e problemas técnicos que atrasaram sua implementação. Em contraste, a China já possui mísseis hipersônicos operacionais e continua a refinar suas tecnologias, como evidenciado pelo recente desenvolvimento.

A incapacidade dos Estados Unidos de acompanhar a China nesta área específica de tecnologia militar levanta preocupações significativas nos EUA sobre a capacidade de manter sua superioridade estratégica global. Mísseis hipersônicos, que podem viajar a velocidades superiores a Mach 5 e manobrar durante o voo, são particularmente desafiadores para as defesas antimísseis existentes, o que dá à China uma vantagem considerável em qualquer potencial conflito.

 

Nova Era da Guerra Moderna

Nos conflitos atuais, como na Ucrânia e no Oriente Médio, o uso de mísseis tem demonstrado sua importância e eficácia na supressão de defesas aéreas e destruição de alvos estratégicos. Com mísseis hipersônicos, essas capacidades são elevadas a um novo patamar, tornando as defesas antimísseis tradicionais praticamente obsoletas.

A guerra na Ucrânia, em particular, evidenciou a importância da superioridade de mísseis, com ambos os lados empregando uma variedade de mísseis para atacar infraestruturas críticas e posições estratégicas. A introdução de mísseis hipersônicos nesse teatro de operações poderia alterar drasticamente as dinâmicas de combate, permitindo ataques rápidos e precisos contra alvos de alto valor, enquanto minimiza as oportunidades de resposta.

Os mísseis hipersônicos estão se tornando um elemento central na guerra moderna devido à sua capacidade de atingir alvos com rapidez e precisão incomparáveis. No atual cenário geopolítico, essas armas são vistas como revolucionárias, oferecendo vantagens táticas significativas e potencialmente alterando o equilíbrio de poder.

 

Implicações Estratégicas e Geopolíticas

O avanço chinês nos mísseis hipersônicos não é apenas um marco tecnológico, mas também um movimento estratégico que pode redefinir as relações de poder global. Com a China assumindo uma posição de liderança na corrida hipersônica, os Estados Unidos e seus aliados enfrentam uma pressão crescente para desenvolver contra-medidas eficazes e tecnologias concorrentes. No entanto, a atual disparidade na capacidade de produção e desenvolvimento sugere que os EUA têm um longo caminho a percorrer para recuperar o terreno perdido, tempo este que talvez não tenham, caso um enfrentamento ocorra antes de atingirem esta capacidade.

Essa nova realidade geopolítica coloca um desafio direto à doutrina militar dos EUA, que historicamente se baseou na superioridade tecnológica para manter uma vantagem sobre seus adversários. Com a China desafiando essa posição, os Estados Unidos precisarão reavaliar suas estratégias e investimentos em tecnologia militar para evitar serem superados em um dos domínios mais críticos da guerra moderna.

A corrida pelos mísseis hipersônicos é, portanto, não apenas uma competição por superioridade militar, mas também um indicativo de quem liderará a próxima geração de conflitos globais. Para o Brasil e outras nações, acompanhar essas mudanças tecnológicas devem servir de exemplo e incentivo para que projetos como este sejam realizados (ou continuados) como o nosso 14-X, especialmente pensando em uma doutrina de A2/AD (Anti-access/area denial) e na dinâmica em que os conflitos atuais estão demonstrando uma importância cada vez maior da missilística.

O avanço chinês na tecnologia de mísseis hipersônicos representa um marco significativo na corrida tecnológica militar global. Ao simplificar e baratear a produção desses mísseis, a China não apenas reforça sua posição como líder nesse campo, mas também questiona a liderança tecnológica dos Estados Unidos, que ainda é vista por alguns como superior.

À medida que a tecnologia de mísseis hipersônicos continua a evoluir, ela promete redefinir o futuro da guerra, e os países que liderarem esse campo estarão em uma posição de vantagem decisiva. Para os países que observam essa corrida, como o Brasil, é vital entender as implicações dessas inovações e considerar como essas mudanças podem influenciar suas próprias estratégias de defesa.

Ver Comentários

Artigos recentes

  • EUA se reconcilia com Ucrânia e envia presente inusitado: Caças ‘zumbi’ que não voam, mas podem vencer a guerra 18/05/2025
  • Pentágono inicia caça às bruxas e expulsa 1.000 soldados trans após ordem de Trump 18/05/2025
  • Trump quebra o silêncio e revela o F-55, o novo caça bimotor secreto dos EUA que pode aposentar o F-35, e ainda anuncia o retorno triunfal do lendário F-22, agora com uma versão atualizada e ainda mais letal: o Super F-22 18/05/2025
  • A afirmação do Ministério da Defesa às pensionistas de militares: “não há direito adquirido à assistência médico-hospitalar” nas Forças Armadas 18/05/2025
  • Nutrição para o TAF: 5 alimentos obrigatórios para não reprovar no Teste de Aptidão Física 18/05/2025
  • A realidade para as mulheres no Serviço Militar precisa ser dita: por que elas não podem chegar a general ou subtenente? 18/05/2025
  • Investigação por IA demonstra que o Exército é reprovado pela sociedade por usar soldados como “pilastras humanas” para salto de cavalos: análise de sentimentos revela 85% de críticas 17/05/2025
  • Rolls-Royce troca o asfalto pelos céus e se torna gigante militar com nova missão nos caças Typhoon: Empresa fecha acordo de mais de R$ 3 bilhões com o Reino Unido e passa a comandar motores dos caças mais letais da Europa 17/05/2025
  • China desvenda novo avanço tecnológico que pode criar ‘navios fantasmas’, formando um exército de embarcações falsas que enganam radares e mísseis inimigos, dominando a guerra eletrônica e inovando a defesa global 17/05/2025
  • Black Hawk chega ao Brasil: Helicóptero de guerra usado pelos Estados Unidos no Afeganistão será usado pela polícia militar em ações contra facções e em áreas de conflito, acompanhado da entrega de mais de 200 viaturas novas. 17/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.