Adeus, Musk? Brasil fecha com chinesa SpaceSail e mira fim da Starlink, incluindo áreas remotas e bases militares das Forças Armadas
A Starlink, de Elon Musk, pode estar com os dias contados no Brasil. Isso porque na última quarta-feira (20), o governo brasileiro assinou um acordo com a SpaceSail, concorrente chinesa da gigante norte-americana, para oferecer internet via satélite em áreas remotas. A parceria inclui a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de infraestrutura digital, beneficiando regiões dependentes da Starlink, como bases das Forças Armadas em locais de difícil acesso.
Internet para áreas isoladas
O memorando de entendimento, firmado entre a chinesa SpaceSail e a estatal brasileira Telebras, prevê o fornecimento de internet de alta velocidade por meio de satélites de órbita baixa (LEO). A iniciativa busca levar conectividade a localidades onde a fibra óptica não chega, como comunidades rurais e regiões isoladas. Segundo o governo, o objetivo é substituir a atual dependência da tecnologia da Starlink, que tem fornecido suporte para áreas remotas desde a gestão de Jair Bolsonaro.
Parceria tecnológica estratégica
Durante a assinatura do acordo, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou o papel da parceria para superar desigualdades sociais e promover uma economia digital inclusiva. “Nosso compromisso é usar a inovação tecnológica para transformar a conectividade no Brasil e reduzir barreiras de acesso à internet”, afirmou Jie Zheng, presidente da SpaceSail.
A colaboração inclui o compartilhamento de tecnologia e o estudo de demandas específicas para implementação da internet via satélite em locais estratégicos, consolidando o papel do Brasil na cooperação tecnológica com a China.
Expansão agressiva da SpaceSail
Com 36 satélites em operação e planos ambiciosos de chegar a 15 mil até 2030, a SpaceSail quer desafiar o monopólio da Starlink, que atualmente opera cerca de 6 mil satélites. A primeira leva de satélites da empresa chinesa foi lançada em agosto de 2024, marcando o início de sua operação global.
A parceria com o Brasil se soma a outros memorandos da SpaceSail em países como Peru, Uruguai e Chile, reforçando sua estratégia de expansão na América Latina. A empresa quer não apenas atender áreas remotas, mas também desenvolver cidades inteligentes e fortalecer a indústria digital.
Com o acordo, o Brasil se aproxima da China para diversificar suas opções de conectividade e, possivelmente, encerrar a dependência da tecnologia de Musk, especialmente nas Forças Armadas, que hoje utilizam a Starlink em suas operações mais críticas.
Com informações de Revista Fórum