Em um artigo publicado no Diário de Pernambuco, o Coronel Carlos Nogueira, veterano do Exército Brasileiro e bacharel em Direito pela UFPE, faz uma defesa vigorosa das Forças Armadas do Brasil. O militar critica o que considera um linchamento virtual e acusações sem fundamento que envolvem os militares, tanto na questão dos cortes de gastos na previdência quanto na suposta participação em uma tentativa de golpe de estado.
Nogueira destaca que a profissão militar envolve sacrifícios significativos, como dedicação exclusiva, treinamento contínuo, mobilidade geográfica e exposição a riscos. Ele argumenta que, apesar de tais exigências, os militares não têm acesso a benefícios como horas extras, FGTS ou seguros de trabalho e enfrentam restrições quanto à sindicalização e greve. Por isso, defende que os cortes nos gastos previdenciários para essa categoria não são justos, especialmente após a extinção de diversos benefícios sociais.

O Coronel também refuta as acusações de envolvimento em um golpe de estado, que considera narrativas fantasiosas e desconectadas da realidade. Ele acusa os que disseminam tais histórias de promoverem um linchamento moral, desrespeitando princípios fundamentais de um Estado Democrático de Direito.
No entanto, a parte mais interessante do artigo é o parágrafo em que Nogueira destaca a importância das Forças Armadas para a proteção e estabilidade do Brasil. “Atacar as Forças Armadas é atacar a própria sociedade brasileira, pois estas são as fiadoras da democracia e dos valores nacionais, são o poder dissuasório e real contra ameaças internas e externas e são as garantidoras da paz e da estabilidade social”, diz ele.
E para reforçar a sua argumentação o coronel encerra com um poderoso discurso, parafraseando o poeta norte-americano Charles Province: “É o soldado, não o pregador, quem nos dá a liberdade de religião; é o soldado, não o repórter, quem nos dá a liberdade de imprensa; é o soldado, não o poeta, quem nos dá a liberdade de expressão; é o soldado, não o advogado, quem nos dá o direito a um julgamento justo; é o soldado, não o político, quem nos dá o direito de votar.”