“Estamos prontos”: Putin desafia os Estados Unidos para um duelo de mísseis com o temido Oreshnik
Como nos duelos do velho oeste americano, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma proposta inusitada: desafiar os Estados Unidos para um confronto de mísseis. O líder sugeriu que ambas as potências escolham alvos protegidos para testar seus sistemas de defesa. O objetivo? Demonstrar a superioridade do míssil balístico hipersônico Oreshnik, que, segundo Putin, é capaz de vencer qualquer sistema de defesa antimísseis americano. Mas até que ponto isso é um teste ou um convite perigoso para um conflito global?
O que é o míssil Oreshnik?
Vladimir Putin apresentou o Oreshnik como a mais nova arma da tecnologia russa, destacando seu potencial devastador. Trata-se de um míssil balístico hipersônico capaz de carregar múltiplas ogivas e realizar manobras na estratosfera antes de atingir seu alvo.
Segundo o presidente, o primeiro disparo do Oreshnik ocorreu em novembro de 2024, durante um ataque à cidade ucraniana de Dnipro. O lançamento foi uma resposta à utilização pela Ucrânia de mísseis ATACMs americanos e Storm Shadows britânicos. O governo russo afirma que o Oreshnik supera qualquer tecnologia de defesa antimísseis conhecida.
A proposta de duelo
Durante um discurso, Putin ironizou o ceticismo ocidental em relação à nova arma e sugeriu um “experimento” conjunto com os EUA, segundo informa a CNN Brasil. “Estamos prontos para tal experimento”, afirmou. A ideia seria que cada lado protegesse um alvo designado para avaliar qual país tem o melhor sistema de defesa e a arma mais poderosa.
Essa declaração ocorre em um contexto de crescentes tensões entre as potências militares, com a invasão russa na Ucrânia atingindo um dos momentos mais perigosos desde seu início, em 2022. Muitos analistas enxergam na proposta de Putin um tom provocativo, que poderia escalar para um conflito ainda maior.
Superioridade tecnológica russa?
Putin também aproveitou para alfinetar os Estados Unidos, alegando que o país não apresentou grandes inovações em mísseis nos últimos anos. Ele destacou avanços russos, como o míssil balístico Sarmat, conhecido como Satan II, e o sistema de mísseis de interceptação S-500.
De acordo com o Kremlin, a Rússia já domina tecnologias hipersônicas, com mísseis capazes de carregar até sete ogivas simultaneamente e atingir qualquer ponto do globo. Em contraste, os EUA ainda estariam em fase de desenvolvimento desses sistemas, apesar de avanços recentes.
Um convite perigoso
A retórica de Putin levanta preocupações sobre uma possível escalada militar. Durante a mesma declaração, ele afirmou que a Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares na Ucrânia, caso considere necessário. Essa postura coloca em risco a estabilidade global e desafia diretamente os limites do conflito atual.
Desde a invasão da Ucrânia, o Kremlin enfrentou severas sanções econômicas e crescentes críticas internacionais. A guerra, que começou em fevereiro de 2022, atravessa agora uma fase crítica, com ataques de ambos os lados intensificando o cenário de destruição.