O Congresso dos Estados Unidos aprovou um orçamento de defesa histórico para o ano fiscal de 2025, totalizando impressionantes US$ 895 bilhões. Entre as previsões do pacote estão a aquisição de sete navios de guerra, um porta-aviões nuclear, 200 aeronaves e 300 blindados. O montante também cobre aumentos salariais para os militares e investimentos maciços em tecnologias como armas hipersônicas, defesa cibernética e inteligência artificial.
O valor chama atenção por superar o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países, sendo equivalente a mais de 40% da riqueza gerada pelo Brasil em um ano. Essa soma, porém, reflete não apenas as necessidades das Forças Armadas americanas, mas também a complexidade do cenário geopolítico global, com tensões crescentes no Indo-Pacífico e no Leste Europeu.
Investimentos estratégicos e modernização
O orçamento inclui iniciativas voltadas à modernização tecnológica, como o desenvolvimento de mísseis hipersônicos capazes de atingir velocidades acima de Mach 5 e superar sistemas de defesa aérea. Outro foco está na renovação da tríade nuclear, que envolve mísseis balísticos intercontinentais, submarinos da classe Colúmbia e o avançado bombardeiro B-21 Raider. Esses projetos buscam garantir a superioridade militar dos EUA em um momento de avanços consideráveis na China e na Rússia.

No mar, está prevista a construção de novos navios de guerra, incluindo destroyers e cruzadores, além de um porta-aviões nuclear. A expansão da Força Espacial também é destaque, com investimentos em satélites defensivos, sistemas de alerta antecipado e parcerias com empresas privadas como a SpaceX. Essas iniciativas visam fortalecer a vigilância global e a comunicação entre tropas em tempo real.
A corrida por tecnologias emergentes
Outro ponto central do orçamento é o avanço na área de cibersegurança, com recursos destinados à criação de ferramentas para neutralizar sistemas de comando inimigos e proteger infraestruturas críticas dos EUA. A inteligência artificial também ocupa um papel crucial, com o desenvolvimento de sistemas autônomos e algoritmos capazes de prever movimentos de adversários em tempo real, aumentando a precisão e a segurança das operações militares.
Esses investimentos representam um compromisso com a modernização das Forças Armadas em um momento em que a competição militar com a China e a Rússia se intensifica. Pequim, por exemplo, tem avançado rapidamente em tecnologias hipersônicas e no fortalecimento de sua marinha, enquanto Moscou segue ampliando e modernizando seu arsenal nuclear.
Contexto geopolítico e desafios internos
A aprovação do orçamento ocorre em meio a um cenário global marcado pela crescente influência da China na região do Indo-Pacífico e pela agressividade da Rússia no Leste Europeu. Para contrabalançar essas ameaças, os EUA estão reforçando parcerias com aliados como Japão, Austrália e Filipinas, além de investir em bases militares estrategicamente localizadas e sistemas de vigilância no mar do Sul da China.
No entanto, os gastos maciços também geram críticas internas, especialmente em razão da dívida pública americana, que ultrapassa os US$ 36 trilhões. Apesar disso, defensores do orçamento argumentam que os investimentos são indispensáveis para garantir a segurança nacional em um mundo cada vez mais imprevisível.