O 3º/10º GAV “Esquadrão Centauro”, unidade histórica da Força Aérea Brasileira (FAB) sediada na Base Aérea de Santa Maria (BASM), no Rio Grande do Sul, marcou o encerramento de um ciclo significativo. No dia 9 de dezembro, o navio realizou seu último voo com as aeronaves Embraer A-1AM/BM, encerrando quase 27 anos de operações com o caça-bombardeiro ítalo-brasileiro.
Esse momento representa o fim de uma era, mas também um marco para os próximos passos da FAB e da Aeronáutica no contexto militar.
O último voo do Esquadrão Centauro
Em um voo simbólico, cinco aeronaves — quatro A-1AM (matrículas 5500, 5504, 5523, 5526) e um A-1BM (5654) — sobrevoaram os céus da BASM para marcar o fim das operações do Esquadrão Centauro com o A-1 . Todas as aeronaves foram especiais para o 1º/10º GAV, conhecido como “Esquadrão Poker”. Com isso, o Poker se tornou o único operador global das caças A-1, posicionando-se como uma unidade de Reconhecimento Tático (REC TAT) da FAB.
Vale destacar que, no cenário internacional, a Aeronautica Militare Italiana (AMI), equivalente italiana da Força Aérea Brasileira, desativou seu A-11 Ghibli em abril deste ano. Dessa forma, a FAB segue honrando o legado da AMX até o final de 2025, quando a aposentadoria da aeronave está prevista.
A trajetória do A-1 na FAB
A história do A-1 na Força Aérea Brasileira começou em outubro de 1989, com a entrega da primeira unidade ao 1º/16º GAV “Esquadrão Adelphi”, na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Em janeiro de 1998, o Esquadrão Centauro recebeu seus primeiros A-1, seguidos pelo Esquadrão Poker no ano seguinte, consolidando o BASM como principal base operacional do modelo.
No entanto, a modernização do A-1 para o padrão A-1M, liderada pela Embraer, desafiou desafios logísticos e financeiros. Inicialmente, a FAB planejava modernizar 43 aeronaves, mas o número foi limitado para apenas 11 unidades (nove A-1AM e dois A-1BM), com a última entrega realizada em 2022.
Mesmo com essas especificações, o A-1 desempenhou um papel crucial na aviação militar brasileira. Um exemplo disso foi a “Operação Gama Centauro” em 2003, onde três AMX realizaram a mais longa missão da FAB, percorrendo 6.700 km sem escalas, com apoio de reabastecimento em voo.
O futuro da Base Aérea e do Esquadrão Centauro
Embora o 3º/10º GAV “Centauro” tenha encerrado suas compras com o A-1, ele não foi desativado. O navio permanecerá em atividade, aguardando definições sobre seu futuro, previstas para 2025. A decisão impactará também o Esquadrão Poker, que, com a retirada dos A-1M, deverá ser reequipado com uma nova aeronave ainda a ser definida pela Aeronáutica.
A Base Aérea de Santa Maria segue como um ponto estratégico para a FAB, simbolizando a continuidade do trabalho militar mesmo em tempos de transição. Seja qual for o destino do Esquadrão Centauro, sua trajetória de mais de quatro décadas é um marco na história da Força Aérea Brasileira e um exemplo de dedicação ao serviço militar.