A Controladoria-Geral da União (CGU) colocou sob holofotes uma área de 62 km² pertencente à Marinha nas proximidades de Brasília, classificada como subutilizada em um relatório recente. O terreno, que abriga a Vila Naval Almirante Visconde de Inhaúma, com 216 casas para 500 moradores, e estruturas como uma estação de rádio e estandes de treinamento, ocupa apenas 5% do total, segundo o documento.
Segundo a Folha de São Paulo, a área, localizada entre Santa Maria e Gama, é apontada como estratégica para o desenvolvimento de políticas habitacionais no âmbito do programa Imóvel da Gente, lançado por Lula. O relatório da CGU sugere que o terreno poderia abrigar bairros inteiros e ajudar a reduzir o déficit habitacional de cerca de 100 mil moradias na região do Distrito Federal.

A Marinha argumenta que o espaço é essencial para atividades de treinamento e formação, enquanto o Ministério da Gestão, por meio da SPU (Secretaria do Patrimônio da União), tenta costurar uma solução “negocial” para viabilizar o uso social da área. O embate promete acirrar os ânimos entre setores civis e militares, especialmente porque a alienação de imóveis é uma importante fonte de recursos para as Forças Armadas.
Se depender do governo, o perímetro fechado da Vila Naval poderá, em breve, abrir espaço para novos moradores – e um novo capítulo no uso de terras públicas no Brasil.