Em uma operação de larga escala, as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizaram mais de 500 ataques aéreos em território sírio nas últimas 48 horas, resultando na destruição quase completa da marinha e da força aérea do país. A ofensiva ocorre em um contexto de instabilidade na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, ex-presidente que governou o país por mais de uma década.
O colapso do governo Assad, causado por uma ofensiva do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), deixou a Síria em um perigoso vácuo de poder. Assad fugiu para a Rússia, e o HTS assumiu o controle de Damasco, criando um governo de transição. Com isso, vastos arsenais de armas ficaram vulneráveis, incluindo mísseis, armamentos químicos e sistemas de defesa avançados, anteriormente destinados a grupos pró-Irã na região.
Segundo autoridades israelenses, a ofensiva teve como objetivo prevenir que esses armamentos caíssem nas mãos de grupos extremistas ou fossem utilizados pelo Irã para fortalecer sua influência no Oriente Médio. Entre os alvos estavam bases militares, estoques de armas, sistemas de defesa antiaérea e a frota naval síria, que foi completamente destruída.
Ataques visam impedir avanço de grupos extremistas e influência iraniana
A relação entre Israel e Síria tem sido marcada por conflitos desde a criação do Estado de Israel em 1948. Nos últimos anos, o regime de Assad se tornou um aliado estratégico do Irã, fornecendo suporte ao Hezbollah e permitindo o transporte de armas para a organização no Líbano. Com a queda de Assad, Israel intensificou suas ações militares para evitar que o HTS ou outros grupos jihadistas utilizassem as armas deixadas pelo exército sírio.
Entre as ações tomadas por Israel, está a ocupação temporária da zona desmilitarizada das Colinas de Golã, uma região estratégica na fronteira entre os dois países. Apesar das críticas internacionais, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que essa medida é essencial para garantir a segurança do país, especialmente diante do avanço de grupos extremistas em Damasco.
Além disso, a campanha militar destruiu infraestruturas usadas pelo Irã para transferir armamentos ao Hezbollah, enfraquecendo as operações do grupo e limitando sua capacidade de ação contra Israel. Netanyahu destacou que qualquer tentativa de restabelecer a influência iraniana na Síria será enfrentada com força total.
Futuro da síria permanece incerto após ofensiva israelense
As ações de Israel visam não apenas a segurança imediata, mas também moldar o futuro político da Síria. A destruição de boa parte do poder militar sírio busca evitar que um novo governo no país tenha acesso a armamentos sofisticados capazes de ameaçar a estabilidade da região. Essa estratégia reflete o objetivo de Israel de impedir que a Síria siga os passos do Líbano ou da Faixa de Gaza, onde o colapso estatal permitiu a proliferação de grupos extremistas.
Apesar das justificativas israelenses, a ofensiva levantou preocupações sobre o impacto a longo prazo na estabilidade do Oriente Médio. Com grande parte da infraestrutura militar síria destruída, a população do país enfrenta um futuro incerto, marcado pelo risco de fragmentação estatal e pela possibilidade de maior influência de grupos jihadistas.
Enquanto Israel defende suas ações como necessárias para proteger seus cidadãos, o conflito ilustra as complexas dinâmicas da região, onde segurança e instabilidade caminham lado a lado. A operação destaca a capacidade militar de Israel, mas também reforça os desafios em lidar com as consequências de um Oriente Médio em constante transformação.
Com informações de: Hoje no mundo Militar