O exército da Rússia reveste os tanques T-90M com uma nova camuflagem para dificultar a detecção dos drones ucranianos
Surgiram imagens na rede social Telegram mostrando carros de combate principais do exército russo T-90M «Proryv» equipados com avançados sistemas de camuflagem chamados «Cape» (ou «Nakidka»), combinados com um material absorvente de radar conhecido como Ternovnik.
Esse sistema de camuflagem modernizado foi projetado para reduzir significativamente a detectabilidade dos veículos blindados em múltiplos espectros, incluindo os infravermelhos e o radar, o que ilustra os esforços da Rússia para melhorar a capacidade de sobrevivência de seus tanques mais avançados no campo de batalha.
Avanços em camuflagem desafiam sistemas de detecção ocidentais
Além da supressão térmica, os segmentos do material Ternovnik, que absorvem radar e são integrados ao sistema Cape, reduzem significativamente a seção transversal de radar (RCS) do T-90M. Isso diminui sua detectabilidade pelos sistemas de radar terrestres e aéreos. Entre os sistemas de radar afetados está o radar de varredura lateral AN/APY-7, integrado ao avião de reconhecimento E-8C JSTARS, usado pelas forças norte-americanas para monitorar movimentos terrestres.
Além disso, o radar AFAR AN/ZPY-2 está integrado ao drone estratégico RQ-4B Global Hawk, uma plataforma de reconhecimento de grande altitude capaz de inspecionar áreas extensas e detectar alvos terrestres com alta precisão. Ao absorver ou desviar as ondas de radar emitidas por esses sistemas, o material Ternovnik reduz significativamente o alcance em que o T-90M pode ser detectado, dificultando ainda mais os esforços de mira das plataformas de vigilância e ataque inimigas.
Exército russo reforça blindados para sobreviver a armas de precisão
O surgimento dessas tecnologias avançadas de camuflagem destaca a crescente importância da gestão de assinaturas nos conflitos modernos. Tanques como o T-90M são alvos de alto valor, cuja destruição pode influenciar o resultado de um conflito. As tecnologias de camuflagem como o Cape foram desenvolvidas especificamente para neutralizar as ferramentas modernas de detecção, incluindo radares, sensores infravermelhos e sistemas de imagem térmica amplamente utilizados pelas forças da OTAN e pelos meios de reconhecimento apoiados pelo Ocidente.
No entanto, a eficácia real desses sistemas ainda precisa ser comprovada em condições de batalha. Como demonstrado no conflito da Ucrânia, mesmo com sistemas avançados de ocultação como Cape e Ternovnik, vários tanques T-90M foram capturados ou destruídos, o que prova que nenhuma tecnologia é totalmente invulnerável às armas de precisão, como os mísseis antitanque Javelin ou os sistemas de mira baseados em drones.
O sistema Cape reflete uma tendência global mais ampla no campo dos veículos blindados, onde a prioridade é dada às tecnologias de camuflagem multiespectral para reduzir a visibilidade em múltiplos espectros de detecção. Outros países, como os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Suécia, também investiram em tecnologias semelhantes.
Por exemplo, o sistema ULCANS (Ultra-Light Camouflage Netting System) do Exército dos Estados Unidos oferece ocultação multiespectral contra a detecção por radar e infravermelho em diversos ambientes, enquanto o sistema sueco Saab Barracuda combina a redução de assinaturas visuais, infravermelhas e de radar para melhorar a furtividade no campo de batalha.
Os esforços contínuos da Rússia para integrar e modernizar sistemas como o Cape em veículos de linha de frente, como o T-90M, ressaltam a atual corrida armamentista em tecnologias de camuflagem e sobrevivência. Embora a eficácia desses sistemas em condições reais de combate continue sendo analisada, seu uso demonstra um claro compromisso com a redução das vulnerabilidades dos blindados de alto valor em uma era dominada por sistemas avançados de vigilância e armas guiadas de precisão.