O Pentágono acaba de divulgar um plano secreto para combater a crescente ameaça de drones, que já invadiram bases militares americanas e até o espaço aéreo britânico. A nova estratégia, que mira desde pequenos drones até modelos mais sofisticados, é um reconhecimento de que a guerra dos drones já chegou aos nossos portões.
A nova estratégia antidrone marca um importante passo no enfrentamento das ameaças crescentes representadas por drones, mas também ressalta um atraso histórico na preparação contra esses perigos. A iniciativa surge em meio a preocupações crescentes sobre o uso de sistemas aéreos não tripulados por estados, grupos não estatais e até mesmo amadores.
O Departamento de Defesa reconhece os desafios impostos pela “democratização” do ataque de precisão promovida por drones de baixo custo. A nova estratégia busca enfrentar essa ameaça crescente, que é alimentada por inovações em inteligência artificial e autonomia.
Contexto e incidentes recentes
Casos recentes, como incursões de drones na Base Aérea de Langley, na Virgínia, e em instalações no Reino Unido, deixaram clara a necessidade de ação coordenada. “Esses incidentes revelaram a dificuldade de resposta eficaz às ameaças em ambiente doméstico”, afirmou um oficial.

Principais iniciativas da nova estratégia
A nova abordagem se apoia em esforços como o Joint Counter-small Unmanned Aircraft Systems Office (JCO), criado em 2020, e o programa Replicator 2, que visa acelerar a aquisição de tecnologias antidrone. Entre os destaques da estratégia estão:
- Defesa em camadas – Uso de sensores avançados, como radares ativos e passivos, aliados a tecnologias cinéticas e não cinéticas, incluindo armas de energia direcionada, como lasers e micro-ondas.
- Resiliência estratégica – Desenvolvimento de forças futuras capazes de operar em cenários de ameaças complexas.
- Ação coordenada – Novas funções para o NORTHCOM e o INDOPACOM, garantindo respostas ágeis e integradas.
Cinco pilares estratégicos
O informativo do Pentágono detalha cinco pilares estratégicos:
- Aprofundar a compreensão das ameaças de drones, melhorando a detecção e o rastreamento.
- Interromper redes de ameaças, lançando campanhas coordenadas contra a proliferação de sistemas não tripulados.
- Fortalecer defesas ativas e passivas, adaptando o combate aos drones como elemento central da estratégia militar.
- Entregar soluções rapidamente, priorizando tecnologias escaláveis e de fácil integração com aliados.
- Projetar uma força futura resiliente, incorporando o combate a drones na doutrina e treinamento das forças armadas.
Tecnologias e capacidades
O Pentágono pretende adotar um sistema de defesa em camadas, com sensores avançados e uma combinação de métodos cinéticos (como mísseis Hellfire e armas de energia direcionada) e não cinéticos (guerra eletrônica). Sistemas como o Coyote da Raytheon e o Roadrunner da Anduril foram mencionados como soluções eficazes.
Desafios e diferenciação
Uma grande dificuldade, segundo informa The War Zone, está na adaptação das capacidades antidrone para o uso doméstico, onde restrições legais limitam o escopo de atuação. A abordagem também precisa considerar diferentes tipos de ameaças, desde pequenos drones comerciais até sistemas avançados empregados em conflitos como na Ucrânia e em Israel.