Em recente participação em entrevista na TV Fórum, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) falou sobre seu projeto de lei que propõe a transferência da gestão das escolas e academias militares do Ministério da Defesa para o Ministério da Educação. Segundo a parlamentar, a medida seria essencial para garantir que a formação nos colégios militares tenha uma base pedagógica civil, afastando-se de influências que, segundo ela, alimentam um “pensamento fascista” dentro das instituições de ensino militar.
De acordo com Maria do Rosário, é preocupante o histórico de currículos moldados com base em “ensinamentos nefastos” que reforçam a lógica de que existiria um inimigo interno. “… os militares não podem permanecer tendo o poder de forjar a si próprios foros forjarem como casta superior e ameaçadora à sociedade brasileira, essa formação dos Kids preto, essa formação de oficiais…”, afirmou, enfatizando que o seu projeto de lei não interfere nas competências específicas do Ministério da Defesa relacionadas às questões militares, mas busca assegurar que a formação educacional seja completamente coordenada por civis.

Ensino militar alinhado à democracia
Após Cynara Menezes mencionar artigo na Revista Sociedade Militar onde se expôs a resistência da caserna ao projeto de lei deputada destacou a importância de enfrentar a resistência que a proposta tem gerado entre os próprios militares. Em referência às críticas de setores ligados às Forças Armadas, Rosário afirmou que cabe à sociedade civil se mobilizar para garantir que a educação militar esteja alinhada aos princípios democráticos e constitucionais.
“Historicamente, a formação nas escolas militares tem sido a origem do golpismo e da ameaça permanente à democracia brasileira. Não há golpe sem a presença de militares”, declarou.
M. Rosário também aproveitou para criticar a postura de parte das elites militares e empresariais que, segundo ela, apoiaram um governo liderado por um “militar completamente inepto” em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “… é estranho porque oficiais com com alta formação Assim como as elites brasileiras do alto empresariado não se constrangem de seguirem o pior entre todos os os militares , expulso das próprias forças armadas “, disparou.
Leitores expressaram sua visão sobre o assunto no perfil no Instagram da Revista Sociedade Militar
No perfil do Instagram da RSM a maior parte dos leitores enxerga como negativa a proposta da deputada maria do Rosário.
“Só o que faltava , eles colocarem o DEDO P*DRE no ensino militar, única coisa que nos orgulha ainda. Daqui a pouco os alunos estarão dançando funk nos corredores com seus cabelos rosas e azuis.” (Isabel)
“A esquerda conhece muito bem os ensinamentos do comunista italiano Antônio Gramsci. Será que eles querem ensinar isso ou apenas dominar?!?!” (Osmar)
“O projeto é de uma petista, me ajuda aí. Que ninguém concorda é óbvio, a pergunta é se os deputados de direita irão lutar contra essa abominação.” (Marcelo Oliveira)
A Redução da influência política das Forças Armadas
A deputada Maria do Rosário defende seu projeto mencionando ainda o pacote de medidas apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que buscaria fortalecer o caráter civil do Estado brasileiro e reduzir a influência política dos militares. O governo recentemente apresentou Medida Provisória que cria cargos civis para o Ministério da Defesa.
Para Maria do Rosário, é essencial que o Parlamento tenha coragem de apresentar e debater essas propostas, apesar das resistências. “… essa disputa é ideológica sim mas esses que estão contra a democracia tem que ser escrachados diante do que pretendem”, concluiu.
A deputada fez um apelo para que a sociedade civil participe ativamente dessa discussão e pressione pela aprovação do projeto, argumentando que a mudança no controle das escolas militares é uma questão estratégica para o fortalecimento da democracia no Brasil.
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar