A administração de Donald Trump foi acusada de elaborar listas com nomes de servidores públicos considerados desalinhados às suas políticas, preparando o terreno para afastamentos e possíveis demissões. A informação foi confirmada por funcionários de alto escalão do governo dos Estados Unidos, que compararam a situação ao “macarthismo” da década de 1950, conhecido pelas perseguições políticas e acusações infundadas.
Entre os alvos estão servidores das áreas de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade, que já foram colocados em licença remunerada após decreto presidencial. A medida é vista como o primeiro passo para a extinção dos programas e a demissão de funcionários. Além disso, outras áreas relacionadas a direitos sociais e ambientais também estariam na mira da nova gestão.
O ambiente na estrutura pública americana é descrito como de medo e insegurança, com relatos de mudanças nas regras administrativas para facilitar substituições de funcionários por aliados políticos de Trump. Segundo especialistas, essas alterações buscam consolidar o poder do presidente sobre o funcionalismo público, deixando um legado que pode dificultar a atuação de futuros governos.
O movimento de Trump foi comparado à política brasileira durante a gestão de Jair Bolsonaro. Sob o comando do ex-presidente, foram relatados casos de perseguições ideológicas em instituições como o Ministério da Cultura, que perdeu status ministerial e foi transformado em campo de batalha contra ideias progressistas. Servidores relataram um ambiente de trabalho tóxico, com demissões arbitrárias e assédio institucional.
Em ambos os casos, a troca de quadros técnicos por indivíduos com lealdade política, mas sem qualificação, resultou em processos administrativos mais lentos e ineficientes. No Brasil, a gestão de Bolsonaro foi marcada por atrasos e microgerenciamento, gerando prejuízos à máquina pública. Nos Estados Unidos, há preocupações de que um movimento semelhante possa causar uma “ressaca burocrática”, prejudicando a continuidade de serviços essenciais.
O presidente Trump conta com o apoio do bilionário Elon Musk, que chefia o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, responsável por reduzir gastos públicos. Contudo, especialistas alertam que demissões em massa podem comprometer a operacionalidade da gestão pública, já que servidores experientes desempenham papéis críticos na administração.
A situação reflete um padrão de governança que mistura controle político e desconfiança em relação à máquina estatal, levantando debates sobre os limites éticos e práticos dessas ações. O caso reacende discussões globais sobre o equilíbrio entre gestão pública eficiente e interferência política em democracias contemporâneas.
Enquanto isso, cresce a tensão entre servidores públicos americanos, temendo represálias e demissões arbitrárias em um cenário que, segundo muitos, remonta às práticas mais autoritárias da história recente.
Com informações de: noticias.uol