Em mais um ato de desafio à comunidade internacional, a Coreia do Norte realizou, na madrugada dessa segunda-feira (6), um novo teste de míssil balístico. O projétil, lançado do interior do país em direção ao Mar do Japão, atingiu uma altitude de cerca de 100 km e voou por aproximadamente 1.100 km, segundo informações do Ministério da Defesa do Japão.
A comunidade internacional está atenta às características do míssil lançado. Especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode ter testado um novo modelo hipersônico, uma tecnologia capaz de voar a velocidades hipersônicas e realizar manobras imprevisíveis, tornando-a difícil de interceptar. Se confirmada, esta seria a maior distância já alcançada por um míssil hipersônico norte-coreano.
Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa do Japão classificou o lançamento como uma grave ameaça à paz e segurança do país, da região e da comunidade internacional, além de uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Lançamento sobre o Mar do Japão surpreende Japão, EUA e Coreia do Sul
O primeiro teste de mísseis balísticos de 2025 realizado pela Coreia do Norte, na madrugada dessa segunda-feira (6), disparou um projétil que atingiu cerca de 100 km de altitude e percorreu 1.100 km antes de cair no Mar do Japão. Autoridades japonesas confirmaram que o míssil não violou a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do país, mas o lançamento acendeu um alerta máximo em Washington, Seul e Tóquio.

Indício de arma hipersônica
Fontes da Coreia do Sul apontam que o perfil de voo e a velocidade do míssil diferem de testes anteriores, levantando a possibilidade de que Pyongyang tenha utilizado um míssil hipersônico – tecnologia que a Coreia do Norte já testou em 2024. Caso confirmado, este seria o maior alcance já registrado por uma arma desse tipo no arsenal norte-coreano.
Resposta internacional e protesto japonês
O governo japonês condenou veementemente o teste, classificando-o como uma ameaça grave à segurança regional e uma violação das resoluções da ONU. O primeiro-ministro japonês ordenou a mobilização de equipes de emergência para monitorar a situação e garantir a segurança de aeronaves e embarcações na área.
Logo após o lançamento, o primeiro-ministro deu instruções claras para:
- Recolher e analisar informações em cooperação com Estados Unidos e Coreia do Sul;
- Garantir a segurança de aeronaves e embarcações na região;
- Manter alta vigilância para prevenir incidentes inesperados.
O Ministério da Defesa japonês reforçou que as Forças de Autodefesa permanecem em alerta máximo para lidar com possíveis desdobramentos.
Um recado estratégico?
Analistas acreditam que o teste pode ser uma mensagem política para os Estados Unidos, especialmente em meio ao fortalecimento dos laços militares entre Pyongyang e Moscou. Em outubro de 2024, a Coreia do Norte já havia surpreendido o mundo ao lançar o Hwasong-18, um míssil balístico intercontinental que ficou 86 minutos em voo – um recorde.
Cooperação trilateral
Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos estão agora analisando os detalhes técnicos do lançamento. As três nações reforçaram a vigilância na região, preocupadas com as crescentes capacidades militares da Coreia do Norte e o impacto disso na estabilidade da Ásia e do Pacífico.
Se confirmada a natureza hipersônica do projétil, o teste de hoje marca uma nova escalada na corrida armamentista da península coreana.