Exército presta apoio às vítimas das enchentes em Picos, no Piauí: ação emergencial em meio à recorrente ineficiência do sistema
O Exército Brasileiro, como sempre, teve que ser chamado para lidar com os estragos causados pelas chuvas no Piauí. A situação foi grave principalmente na cidade de Picos, que enfrentou enchentes devastadoras entre os dias 13 e 14 de janeiro.
Tropas do 3º Batalhão de Engenharia de Construção (3º BEC), sob o comando do 1º Grupamento de Engenharia, se mobilizaram rapidamente para tentar amenizar os impactos da precipitação de 135 mm. As chuvas foram muito além da média mensal esperada de 120 mm.
Falta de preparo para emergências
O Exército teve a agilidade de entrar em ação, mas, claro, a situação é outra. Picos, terceira maior cidade do estado, foi literalmente tomada pelas águas. Moradores foram forçados a se abrigar nos telhados de suas casas para escapar das enchentes. A cena só reforça a eterna sensação de que a preparação para essas tragédias nunca é suficiente.
A Operação Guaribas foi deflagrada pelo 3º BEC, junto a órgãos como a Secretaria Municipal de Defesa Civil e o 4º Grupamento de Bombeiros Militar de Picos. As equipes tiveram que se mobilizar para resgatar as vítimas e evitar que a situação se agravasse ainda mais. Ao todo, cerca de 50 militares participaram das operações de resgate, mas a realidade é que a cidade já estava em estado de calamidade pública.

Em um evento como esse, o Exército, o SAMU, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal acabam fazendo o que podem, mas o problema vai além das ações emergenciais. As chuvas caem com frequência, e o governo parece sobretudo ignorar sistematicamente possíveis soluções de longo prazo. A população fica refém de uma resposta improvisada, e os mesmos problemas se repetem. A ausência de políticas públicas que ofereçam prevenção real é, sem dúvida, uma falha crônica que nem mesmo a prontidão do Exército pode resolver por completo.