Em um escândalo que abalou as estruturas do sistema eleitoral brasileiro, quatro ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram indiciados por tentativas de obstrução ao voto durante o segundo turno das eleições de 2022.
Descubra como essa operação controversa no Nordeste revelou crimes graves e colocou em xeque a integridade do processo democrático no país.
Veja também:
FAB revoluciona a segurança aérea com prevenção de acidentes e tecnologia de ponta!
Ex-diretores da PRF indiciados por obstrução ao voto nas eleições de 2022
A Polícia Federal (PF) concluiu uma investigação que indiciou quatro ex-dirigentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Esses ex-diretores tentaram obstruir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022, que resultou na vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro.
As informações foram divulgadas pelo UOL. As apurações revelaram crimes como restrição ao exercício do voto e prevaricação. No dia da votação, a PRF realizou fiscalizações que abordaram veículos, sendo que um terço dos automóveis parados estava na região Nordeste, que representa apenas 17,6% da frota nacional.
Indiciados e acusações
Os indiciados são Luis Carlos Reischak Júnior, ex-diretor de Inteligência da PRF; Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-coordenador de Integração de Inteligência; Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF; Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Análise de Inteligência; e Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A polícia destacou, em seu relatório conclusivo, indícios de desobediência, prevaricação, restrição ao direito de voto e participação, além de omissão no crime de tentativa de extinção do Estado Democrático de Direito, por meio da limitação do exercício dos poderes constitucionais.
Relatório final da Polícia Federal
No relatório final, a PF informou que, ao examinar um documento interno sobre a operação durante o segundo turno das eleições, observou uma alteração no planejamento da PRF entre o primeiro e o segundo turno.
A investigação revelou que Luis Carlos, Djairlon e Silvinei assinaram o documento na noite de 26 de outubro, quatro dias antes do segundo turno. Além partir do celular de Adiel, a PF encontrou mensagens trocadas em 19 de outubro. Nessas mensagens, Silvinei orientava Luis Carlos sobre a necessidade de realizar uma operação de segurança viária para fiscalizar transportes clandestinos de passageiros antes do segundo turno das eleições.