A tensão global aumenta à medida que Donald Trump mira o controle do Canal do Panamá, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo. Com declarações polêmicas e promessas de “tomar de volta” a hidrovia, Trump despertou reações firmes da Rússia e do Panamá, que defendem a soberania panamenha e a neutralidade da região. Em meio a acusações de influência chinesa e possíveis ações militares americanas, o futuro do canal tornou-se o centro de uma disputa que ameaça o equilíbrio geopolítico e o comércio internacional.
Afirmando que “nós o demos ao Panamá, não à China, e o estamos tomando de volta”, Trump destacou o papel de Beijing na operação de partes do canal, o que intensificou o tom crítico.
Rússia defende soberania do Canal do Panamá e critica interferência dos EUA
A reação foi rápida e contundente. Moscou enviou um aviso direto a Trump, pedindo respeito à soberania panamenha e reafirmando que o canal pertence legalmente ao Panamá desde 1977. Alexander Shchetinin, do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, foi categórico: “Os EUA não têm o direito de interferir nos assuntos internos do Panamá. O canal deve permanecer neutro, seguro e acessível como uma hidrovia internacional.”
Ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, o Canal do Panamá é uma das rotas comerciais mais estratégicas do mundo. Desde que foi devolvido ao Panamá em 1977, tornou-se um símbolo de soberania para o país. Atualmente, cerca de 40% dos navios que abastecem os Estados Unidos utilizam essa hidrovia. Porém, a visão de Trump de que a gestão atual prejudica os interesses americanos levantou uma onda de debates geopolíticos.
Panamá reafirma soberania e responde às ameaças de Trump
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, respondeu energicamente, afirmando que o controle do canal é “inegociável”. “Cada metro quadrado do Canal do Panamá pertence ao Panamá e assim permanecerá”, declarou Mulino, reafirmando o compromisso com a soberania do país.
A ameaça de Trump não só irritou o Panamá e levantou preocupações na comunidade internacional. Especialistas alertam que uma tentativa de interferência americana poderia desencadear tensões diplomáticas e afetar o comércio global.
Analistas apontam que o custo político e jurídico de uma ação desse tipo tornaria a iniciativa de Trump altamente improvável, mas as declarações inflamadas ainda geram instabilidade. O Panamá reforça sua soberania e neutralidade sobre o canal, destacando a importância dessa hidrovia como uma peça-chave no cenário geopolítico global.