Imagine um exército tão diversificado que opera armas de cinco das maiores potências militares globais: EUA, China, Rússia, França e Israel. Este é o cenário fascinante da Sérvia, um país balcânico que transforma tensões regionais em uma estratégia de defesa inovadora e surpreendente. Com acordos bilionários, tecnologia de ponta e uma história marcada por conflitos, a Sérvia está modernizando suas Forças Armadas de maneira única, chamando a atenção do mundo para sua impressionante capacidade de adaptação e resiliência.
Recentemente, a Sérvia assinou um contrato de US$ 335 milhões com a Elbit Systems, empresa israelense de defesa, para adquirir o sistema de artilharia PULS e drones de reconhecimento Hermes 900 MALE. O PULS é um sistema de artilharia modular e multicalibre, capaz de disparar foguetes de diferentes tamanhos e alcance. Ele pode lançar foguetes de 122 mm com alcance de 40 km, 160 mm com alcance de 45 km, 306 mm alcançando 150 km, e mísseis pesados como o EXTRA, que atingem 300 km.
Sérvia equipara-se aos EUA com tecnologia militar
O sistema oferece flexibilidade operacional ao ser integrado em diferentes plataformas, como chassis 4×4, 6×6 e 8×8. Outro destaque é a capacidade de operar de forma independente ou dentro de redes de comando e controle existentes, utilizando dados de radar, UAVs ou observadores avançados.
Os drones Hermes 900 MALE, por sua vez, possuem autonomia de 36 horas, alcance de 1.000 km e capacidade de carga de 300 kg, permitindo operações avançadas de inteligência, vigilância e reconhecimento. Com essas aquisições, a Sérvia busca equiparar-se militarmente à Croácia, que recentemente adquiriu o sistema HIMARS dos EUA.
Sérvia equilibra Ocidente, Rússia e China em seu arsenal militar
Embora o relacionamento com o Ocidente seja complexo, a Sérvia mantém uma variedade de equipamentos militares provenientes de países como EUA, França e Alemanha. Entre as aquisições, destacam-se os caças Dassault Rafale, veículos blindados Humvee e BearCat-G3, e helicópteros H145M. Entretanto, o legado soviético ainda domina a maior parte de suas forças armadas, com aeronaves MiG-29, sistemas de defesa aérea como o S-125 Neva e o Pantsir, e tanques T-72 modernizados.
A guerra na Ucrânia também aproximou a Sérvia da China, tornando-a o único país europeu a operar armas chinesas. Desde 2019, Belgrado utiliza o sistema de defesa aérea FK-3, uma versão exportada do HQ-22, comparável ao S-300 russo. Além disso, a Sérvia adquiriu drones CH-92A e CH-95, equipados com mísseis guiados a laser.
Sérvia e Croácia na corrida armamentista dos Bálcãs
A rivalidade entre Sérvia e Croácia, resquício das Guerras dos Bálcãs nos anos 1990, continua impulsionando a corrida armamentista entre os dois países. Enquanto a Croácia investe em tecnologias militares de origem ocidental, a Sérvia adota uma abordagem diversificada, buscando equipar seu exército com sistemas das principais potências militares globais.
Com aliados estratégicos em Israel, Rússia e China, a Sérvia está construindo um exército que reflete sua posição geopolítica e busca por soberania regional. Esse esforço contínuo para modernizar suas Forças Armadas demonstra a determinação em garantir a segurança nacional e sua habilidade de navegar nas complexas dinâmicas globais de defesa.