No dia 3 de fevereiro de 2015, em Gavião Peixoto (SP), a Embraer realizou um marco histórico para a aviação militar brasileira: o primeiro voo do KC-390 Millenium. Sob o olhar atento de funcionários da fabricante e militares da Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave decolou, iniciando uma trajetória de sucesso.
Em apenas uma década, o KC-390 consolidou-se como referência global no setor de transporte militar, conquistando exportações para Portugal, Hungria, Países Baixos (Holanda), Áustria, Coreia do Sul, Eslováquia e mais um país não divulgado.
Primeiro voo e evolução operacional
O voo inaugural do KC-390 durou exatos 1 hora e 19 minutos, ocorrendo sobre uma área de fazendas no interior de São Paulo. Na cabine de comando estavam dois pilotos de teste da Embraer, incluindo o Coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), Marcos Oliveira Lima, acompanhados por dois engenheiros de voo. Desde então, a aeronave se destacou como uma das mais avançadas e confiáveis do setor, provando sua robustez e flexibilidade.
De acordo com Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, o KC-390 combina tecnologia aeroespacial de ponta com a excelência da fabricante brasileira, garantindo alta performance para missões militares. Seu sucesso se reflete na crescente aceitação internacional e na confiança de forças aéreas ao redor do mundo.
O KC-390 no cenário militar global
Desde sua entrada em operação com a Força Aérea Brasileira (FAB) em 2019, seguida pela Força Aérea Portuguesa em 2023 e pela Força Aérea Húngara em 2024, o KC-390 acumulou números impressionantes. Atualmente, há 10 aeronaves operacionais, sendo:
- 7 unidades em operação na Força Aérea Brasileira;
- 2 aeronaves pertencentes à Força Aérea Portuguesa;
- 1 aeronave operada pela Força Aérea Húngara.
Juntas, essas aeronaves somam mais de 16.300 horas de voo, com uma taxa de capacidade de missão de 93% e taxas de conclusão acima de 99%, um índice excepcional dentro da categoria. Esses números demonstram a confiabilidade e eficiência do KC-390 em missões militares táticas e multimissão.
Desafios e projeções futuras
Apesar do reconhecimento internacional e da crescente aceitação do KC-390 entre operadores estrangeiros, a aeronave enfrentou um obstáculo interno de natureza política. Em 2021, o governo brasileiro reduziu em 25% a encomenda original de 28 aeronaves, diminuindo a produção para 22 unidades após negociações entre a Força Aérea Brasileira e a Embraer.
Ainda assim, as exportações do KC-390 têm sido fundamentais para manter a linha de montagem da Embraer em operação. Com mais países demonstrando interesse pelo cargueiro militar brasileiro, o futuro da aeronave segue promissor, reforçando sua posição no mercado global e consolidando o Brasil como um player relevante no setor aeroespacial.