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Guerra no Congo: ONU confia no general brasileiro Ulisses de Mesquita Gomes para frenar massacre enquanto rebeldes do M23 capturam tanques e caças Su-25

Tomada de Goma, apoio de Ruanda e nomeação de general brasileiro destacam complexidade do conflito que já deslocou mais de 400 mil pessoas.

por Sérvulo Pimentel
03/02/2025
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A República Democrática do Congo (RDC) vive um dos capítulos mais tensos de sua história recente. Rebeldes do grupo Movimento 23 de Março (M23) capturaram equipamentos militares de alto valor, incluindo tanques e aeronaves de ataque Su-25, em meio a uma ofensiva que já dura meses e ameaça desestabilizar ainda mais a região. Enquanto isso, o Brasil ganha destaque no cenário internacional com a nomeação do general Ulisses de Mesquita Gomes para comandar a missão de paz da ONU no país africano.

O conflito, que já deslocou mais de 400 mil pessoas apenas em 2025, segundo a ONU, tem raízes profundas e complexas. O M23, grupo rebelde que diz defender a minoria tutsi no leste da RDC, ressurgiu com força em 2021 e, desde então, tem expandido seu controle territorial. A região é rica em minerais como ouro, cobalto e coltan, essenciais para a produção de eletrônicos, o que transforma a área em um alvo estratégico e lucrativo.

A tomada de Goma e o arsenal capturado

Na última semana, os rebeldes consolidaram sua vitória mais significativa: a captura da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte. Segundo o Militarnyi, os combatentes do M23 tomaram o controle do aeroporto de Mpuzamahanga, onde estavam estacionadas aeronaves de combate congolesas. Entre os troféus de guerra, destacam-se um avião de ataque Su-25, veículos blindados BATT UMG, tanques T-55 e até um sistema de lançamento múltiplo de foguetes Bastion, de fabricação ucraniana.

O Rwanda Broadcasting Agency (RBA) publicou imagens do equipamento capturado, incluindo metralhadoras pesadas e drones. “Atualmente, o Aeroporto Internacional de Goma abriga uma grande quantidade de equipamento de guerra que o M23 apreendeu das FARDC [Forças Armadas da RDC] e seus aliados”, relatou a emissora ruandesa.

A ofensiva rebelde não ocorreu sem resistência. As forças especiais Hibu e a Guarda Congolesa enfrentaram os combatentes do M23, mas foram superadas. Cerca de 480 soldados foram feitos prisioneiros, segundo o Militarnyi.

O papel de Ruanda e a crise humanitária

A comunidade internacional acusa Ruanda de apoiar o M23, fornecendo tropas e armamentos. O The Guardian revelou que “um grande número de soldados da Força de Defesa de Ruanda (RDF) cruzou secretamente a fronteira para o leste da RDC nos últimos dias” para auxiliar os rebeldes. Fontes de inteligência afirmam que o exército ruandês está “pronto para invadir” Goma, o que aumentaria ainda mais a tensão na região.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu publicamente que Ruanda “cesse o apoio ao M23 e se retire do território da RDC”. Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o ministro das Relações Exteriores do Congo acusou Ruanda de “declarar guerra” ao enviar tropas para ajudar os rebeldes.

Enquanto isso, a crise humanitária se agrava. A BBC relatou que mais de 13 soldados da paz da ONU morreram em combate, incluindo sul-africanos, malawianos e um uruguaio. Civis estão pagando o preço mais alto: hospitais em Goma tratam centenas de feridos, e líderes locais afirmam que mais de 200 civis foram mortos em áreas capturadas pelo M23.

O Brasil entra em cena

Em meio ao caos, o Brasil assume um papel de destaque. A ONU nomeou o general brasileiro Ulisses de Mesquita Gomes para comandar a missão de paz no país, a Monusco, que conta com cerca de 14 mil soldados. Gomes, que já serviu na missão da ONU no Haiti, traz 35 anos de experiência em gerenciamento de crises e conflitos.

Em entrevista à ONU News, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que já ocupou o cargo, afirmou que a prioridade do general Ulisses de Mesquita Gomes, para comandar a missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, deverá ser a proteção da população congolesa. “Exige uma solução política. E isso pode ser resolvido aplicando, imediatamente, o máximo de sanções possíveis sobre as lideranças irresponsáveis que conduzem esse movimento”, declarou.

O general Ulisses de Mesquita Gomes é nomeado como o novo comandante militar da Missão da ONU na República Democrática do Congo. (Foto: Flickr – arquivo)

A nomeação de Gomes ocorre em um momento delicado para o Brasil na RDC. A embaixada brasileira em Kinshasa foi atacada por manifestantes, que retiraram a bandeira do país. O Itamaraty emitiu um comunicado expressando preocupação com a escalada da violência e pedindo o retorno ao cessar-fogo.

O que está em jogo?

O conflito na RDC vai além de uma disputa territorial. A região é um dos maiores produtores mundiais de minerais essenciais para a indústria de tecnologia, como cobalto e coltan. O controle desses recursos é um dos motores do conflito, com acusações de que Ruanda usa o M23 para saquear as riquezas congolesas.

Além disso, a crise ameaça desestabilizar toda a região dos Grandes Lagos Africanos, com potencial para gerar um conflito de proporções continentais. A ONU já alertou que a situação em Goma é “terrível”, com estradas bloqueadas e o aeroporto inoperante, impedindo a chegada de ajuda humanitária.

Enquanto os rebeldes avançam e a comunidade internacional busca uma solução, o povo congolês continua sofrendo. Alice Feza, uma mulher deslocada, resumiu a tragédia em entrevista à BBC: “As pessoas estão fugindo para todos os lados, e não sabemos mais para onde ir, porque começamos a fugir há muito tempo”.

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