O Irã está secretamente desenvolvendo mísseis balísticos, baseado em projetos transferidos pela Coreia do Norte, com capacidade nuclear e alcance de 3.000 km, capazes de atingir alvos na Europa e no Oriente Médio, segundo revelações do The Telegraph. Especialistas aeroespaciais da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) trabalham em ogivas nucleares em dois locais disfarçados de bases de lançamento de satélites.
As informações, fornecidas pelo Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI), grupo de oposição exilado, apontam que os projetos têm base em tecnologia transferida pela Coreia do Norte. “Os mulás iranianos são mestres da mentie, do engano e da evasão”, disse Soona Samsami, representante do NCRI, ao The Telegraph.
No primeiro local, conhecido como Shahrud, a 35 km da cidade homônima, especialistas trabalham em uma ogiva nuclear para o míssil Ghaem-100, movido a combustível sólido. Já houve três lançamentos bem-sucedidos, segundo o NCRI. Testes anteriores foram camuflados como lançamentos de satélites para esconder o programa nuclear.

O segundo local, próximo a Semnan, abriga o desenvolvimento do míssil Simorgh, baseado em designs norte-coreanos. Estruturalmente, ele se assemelha ao foguete UNHA-1, de 18 metros, usado pela Coreia do Norte. Grandes partes das instalações ficam no subsolo para evitar detecção por satélites.
O The Telegraph destaca que o Irã tem usado negociações com o Ocidente como cortina de fumaça para avançar seu programa nuclear. “Agora é o momento de responsabilizar o regime pelos assassinatos internos, pela belicosidade regional e pelo desenvolvimento de armas nucleares”, afirmou Samsami.
O regime iraniano também anunciou planos para testar foguetes Ghaem-105 e lançar o míssil Sarir até 2026. Enquanto isso, o arsenal atual inclui mísseis como o Jihad, Khorramshahr e Etemad, com alcances entre 1.000 e 2.000 km.
Imagens de satélite mostram estruturas subterrâneas e plataformas de concreto nos locais de teste, reforçando as suspeitas de atividades nucleares. O Irã insiste que seus programas são pacíficos, mas as evidências sugerem o contrário. A comunidade internacional agora enfrenta o desafio de conter uma nova ameaça global.