A Turquia está avançando nas negociações para adquirir 40 caças Eurofighter Typhoon, mas com uma exigência específica: que os jatos venham equipados com os mísseis METEOR, considerados um dos melhores armamentos ar-ar do mundo. O mesmo modelo de míssil já equipa os caças Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB). No entanto, essa possível venda tem gerado reações na região, especialmente por parte da Grécia, rival histórica da Turquia. A informação foi divulgada pelo canal “Águias de Aço”, que acompanha os desdobramentos da aviação militar global.
Segundo o portal, a Grécia se manifestou oficialmente contra a negociação e pressionou a França a vetar a exportação dos mísseis para a Turquia. O governo grego argumenta que a venda não condiz com a relação estratégica entre Atenas e Paris. Como os METEOR são desenvolvidos pelo consórcio europeu MBDA, formado por França, Itália, Alemanha e Reino Unido, a liberação da venda depende do aval de todos os países-membros.
Além disso, o Reino Unido estaria trabalhando nos bastidores para garantir a aprovação da venda, tendo inclusive convencido a Alemanha a suspender um embargo anterior aos caças para a Turquia. A situação elevou ainda mais a tensão entre os dois países vizinhos, que historicamente disputam influência no Mar Egeu e já protagonizaram confrontos aéreos no passado.
Míssil METEOR: tecnologia europeia que revoluciona o combate aéreo
Atualmente, a Turquia possui uma das maiores frotas de caças F-16 fora dos Estados Unidos e recentemente garantiu a atualização de sua frota para o padrão mais avançado Block 70. No entanto, a busca pelos Eurofighter Typhoon reforça sua tentativa de diversificação e modernização da força aérea, especialmente após sua exclusão do programa dos caças F-35, liderado pelos EUA.
Enquanto isso, a Grécia investiu pesado para manter sua superioridade aérea na região. Além de modernizar seus F-16, adquiriu 24 caças franceses Rafale, que já operam com os mísseis METEOR, e também fechou um acordo para a compra de caças F-35 de quinta geração dos Estados Unidos.
O desfecho da negociação entre a Turquia e os países europeus segue indefinido, e a decisão final sobre a venda dos caças e seus armamentos pode impactar diretamente o equilíbrio de poder aéreo no Mediterrâneo Oriental.