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A estratégia final do Exército Brasileiro: força perde 2.6 mil seguidores por dia, mas tem plano de resgate no WhatsApp para a reconexão com a sociedade

O WhatsApp do Exército - Força terrestre entra na batalha digital em busca de seguidores

por Sociedade Militar
23/03/2025
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Novo canal de Whatsapp do Exército - estratégia digital de guerra

Status do Exército - Novo canal de Whatsapp do Exército - estratégia digital de guerra

O Exército Brasileiro enfrenta um cenário de debandada massiva de seguidores em suas redes sociais. Após um crescimento extraordinário no final de 2022, quando ganhou mais de seis milhões de seguidores no Instagram dentro de poucos dias, a instituição agora lida com uma perda constante de público em seus canais. A força é um dos exército do planeta com maior número de seguidores e ao longo dos últimos anos tem se preocupado em garantir alto status social.

Segundo levantamento da Revista Sociedade Militar, desde novembro de 2022, a conta oficial do Exército na plataforma perdeu cerca de 2,1 milhões de seguidores, realmente a coisa se configura como uma verdadeira deserção digital em massa, aplicando aqui o vocabulário militar a um fenômeno das redes sociais. A média diária de 2.600 seguidores abandonando o perfil do EB evidencia um movimento significativo, longe de ser apenas uma oscilação comum no engajamento online.

Diante do cenário desafiador enfrentado pelo batalhão de oficiais de carreira e oficiais temporários recém-contratados nas áreas de marketing, jornalismo e mídias sociais, o Exército Brasileiro anunciou uma nova estratégia: a criação de um canal oficial, o WhatsApp do Exército. A iniciativa indica claramente a intenção da instituição em fortalecer sua narrativa oficial, driblando o filtro da grande mídia, e garantindo que suas mensagens sejam entregues diretamente ao público, sem intermediários, e com uma abordagem estratégica voltada à proteção e promoção de sua imagem institucional.

A extraordinária ascensão digital do Exército Brasileiro na última década

Nos últimos anos, o Exército se consolidou como um grande influenciador digital. O fenômeno começou a ganhar força sob o comando do General Villas Bôas, que, com o apoio de sua equipe de comunicação, estruturou uma presença marcante nas redes sociais. Esse trabalho deu à instituição uma voz independente, permitindo-lhe dialogar diretamente com a população sem depender dos grandes veículos de imprensa, o que obviamente era a intenção do oficial, que por essa mesma época criou um perfil para ele mesmo no Twitter.

Em 2019, a força terrestre já acumulava milhões de seguidores em plataformas como Facebook e Twitter, além de interações expressivas em outras redes. O sucesso ficou evidente em momentos como a cerimônia de passagem de comando do Exército para o General Edson Leal Pujol, transmitida ao vivo pela internet, com público na faixa dos 9 milhões de visualizações. O público gigantesco e inédito para um evento do tipo, reforça a ideia de que a instituição militar possuía uma base gigantesca e fiel de apoiadores, bastante interessados em suas atividades.

Passagem de Comando de Villas Bôas para Pujol - Milhões de visualizações nas redes sociais
Print de tela: Passagem de Comando de Villas Bôas para Pujol/2019 – Milhões de visualizações nas redes sociais

A explosão de seguidores e a deserção digital

O crescimento repentino do perfil do Exército no Instagram ocorreu em um contexto político acalorado. Entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro de 2022, o número de seguidores saltou de 2,2 milhões para mais de 8,3 milhões. Esse aumento extraordinário coincidiu com o período pós-eleitoral e refletiu a mobilização de um grupo expressivo da sociedade que via nas Forças Armadas um possível agente de mudança política. Nas redes sociais da força era perceptível a euforia dos militares lotados nos setores ligados à comunicação social do Exército.

Contudo, a euforia inicial logo deu lugar a um movimento de desilusão. A perda de seguidores começou ainda em dezembro de 2022, um mês marcado pelo silêncio do então presidente Jair Bolsonaro, que se recolheu ao Palácio da Alvorada e posteriormente viajou para os Estados Unidos. Essa ausência gerou um sentimento de frustração entre apoiadores, e a insatisfação se refletiu nas redes sociais do Exército. Desde então, a instituição, que chegou a fechar as redes sociais para comentários de seguidores, tem enfrentado uma retração constante em sua base de seguidores.

O atual cenário mostra um declínio significativo na presença digital da força. Em 30 de novembro de 2022, o Exército possuía 8,3 milhões de seguidores no Instagram. Hoje, 20 de março de 2025, o registro mostra 6,2 milhões, representando uma perda de 2,1 milhões de seguidores ao longo de apenas 841 dias – o que equivale a uma redução média de 2.600 seguidores por dia.

A perda diária de quase dois mil seguidores não deve ser encarada como um fenômeno aleatório ou meramente orgânico. Cada deserção digital representa uma escolha consciente, fruto de uma decisão deliberada de interromper o vínculo com as comunicações oficiais do Exército Brasileiro. O movimento pode sinalizar mais do que uma simples mudança de interesse e sugerir uma repulsa intencional, possivelmente motivada por percepções negativas, descontentamento ou desilusão em relação à instituição.

No atual cenário de alta polarização política e intensa vigilância sobre o papel das Forças Armadas, essa queda no engajamento reflete uma mudança no sentimento do público, evidenciando que a conexão construída nos últimos anos pode estar se desfazendo de forma irreversível. A deserção digital de milhares de brasileiros que, de certa forma, haviam se “alistado” nas fileiras do Exército nas redes sociais indica uma mudança no sentimento popular. Muitos que antes acompanhavam de perto as publicações e interações da força terrestre parecem ter desistido de “combater” ao lado da instituição, deixando de compartilhar as postagens e abandonando os perfis da força terrestre em meio ao turbilhão político e social dos últimos anos.

A situação do comando normalmente reflete o que os mesmos esperam da instituição. Enquanto o perfil no Twitter do General na reserva Eduardo Villas Bôas, ex-comandante e arquiteto da presença digital do Exército possui hoje mais de 1 milhão de seguidores, o atual Comandante do Exército, general Tomás Miné Ribeiro Paiva, sequer tem perfil nas mídias sociais.

A repercussão negativa e um campo de batalha desgastante

A queda no engajamento do público nas redes sociais do Exército ocorre em um período de forte polarização política no Brasil. Parte da sociedade enxerga os militares como aliados do governo anterior, enquanto muitos acusam os militares das Forças Armadas de omissão ou mesmo de incentivo indireto aos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Além disso, as instituições militares e principalmente oficiais de alta patente passaram a ser frequentemente mencionadas na mídia em contextos desfavoráveis, com menções inclusive a oficiais de alta patente presos, o que obviamente deve ter contribuído para o afastamento de parte de seu público digital. Com um ambiente cada vez mais crítico, as redes sociais deixaram de ser um espaço de fortalecimento da imagem institucional e se transformaram em um campo de batalha desgastante para as instituições armadas. A coisa foi tão longe que o Exército chegou a publicar uma advertência em suas redes sociais, avisando os seguidores que ofensas e calúnias contra a instituição poderiam ser levadas para a justiça.

Advertência do Exército sobre comentários inapropriados
Advertência do Exército sobre comentários inapropriados

A catastrófica perda de seguidores não passou despercebida dentro da própria estrutura militar. Um militar ouvido pela Revista Sociedade Militar afirmou que o foco da comunicação das Forças Armadas foi definido como não estando mais nos detratores, mas sim naqueles que “realmente têm interesse nas atividades realizadas pelos militares”. Ainda assim, os números mostram que mesmo esse público engajado tem diminuído ao longo dos últimos meses.

Curiosamente, os maiores exércitos do mundo não demonstram a mesma preocupação em manter grandes números de seguidores em redes sociais. O Exército dos Estados Unidos, por exemplo, possui cerca de 3,1 milhões de seguidores no Instagram, menos da metade do que o Exército Brasileiro teve em seu auge digital. Já o Exército da Rússia conta com apenas 517 mil seguidores, evidenciando que a manutenção de perfis gigantescos não parece ser uma prioridade para as maiores forças militares do planeta.

A tentativa de reconexão: WhatsApp do Exército como nova ferramenta de comunicação

Publicidade do Exército no Instagram com convite par ao WhatsApp
Exército lança canal no WhatsApp visando o combate a evasão de seguidores

Diante da tendência negativa, o Exército Brasileiro anunciou uma nova estratégia para se aproximar da sociedade: a criação de um canal oficial no WhatsApp. A iniciativa será lançada em 24 de março de 2025, coincidindo com o aniversário do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx). Segundo a instituição, a nova ferramenta permitirá a divulgação direta de informações institucionais, atualizações e comunicados oficiais.

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar
*O autor é Cientista Social, jornalista profissional, militar RRm, especialista em inteligência e marketing na internet

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